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Seminário aborda violência contra lésbicas, travestis e transexuais

No próximo dia 22, a partir das 8 horas, será realizado o Seminário “Respeita as Mina”, organizado pela Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade (Gold) com apoio de outras entidades, cujo objetivo é discutir os direitos da mulheres lésbica, bissexuais, travestis e transexuais, contando com a presença de várias representantes da militância e da justiça, além de apresentações culturais.

Aberto ao público e com entrada gratuita, o seminário será realizado, pela parte da manhã, no auditório Manoel Vereza no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo (CCJE/UFES)) e, à tarde, no Salão Rosa, localizado no mesmo centro. 

A necessidade do seminário está embasado nas estatísticas de violência contras lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, que, muitas vezes, não são consideradas nos números oficiais. E também no desconhecimento de que tais mulheres também estão sob amparo e proteção da Lei Maria da Penha. 

Segundo levantamento do “Dossiê do Lesbocídio – As Histórias que ninguém conta”, entre 2000 e 2017, 180 lésbicas foram assassinadas no Brasil. Entre 2014 e 2017, foram 126, com um percentual de 150% de aumento nesse período. O estudo foi realizado  por um grupo de graduandas, mestrandas e doutorandas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que se se intitulam Equipe Lesbocídio. O dossiê surgiu ainda para criar um espaço de memória  coletiva das lésbicas assassinadas e que cometeram suicídio. 

De acordo com Ana Paula Monteiro, técnica Projeto Papo Reto – Respeita as Mina, o seminário é parte do projeto reforça o ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, além de temas relacionados aos Direitos Humanos, questões sociais e empoderamento feminino. Segundo a programação, haverá palestra sobre o direito da mulher, sobre diversidade e identidade de gênero, além de abordagem sobre a Lei da Maria da Penha e dos vários tipos de violência, como a psicológica e moral, contanto com a presença de defensoras públicas, delegadas e integrantes do Fórum de Mulheres. 

“Enquanto técnica do projeto Papo Reto – Respeita as Mina, tive a oportunidade de palestrar a oficina proposta pelo projeto direcionada para profissionais da rede de atendimento à mulher e para a população de usuários de alguns serviços como CRAS, CREAS e serviços de convivência e fortalecimento de vínculos da grande Vitória. As oficinas se baseiam na disseminação de informações acerca de Identidade de Gênero, Diversidade Sexual, Machismo, Racismo, tipos de Violência contra a mulher, e a aplicação da Lei Maria da Penha na proteção de mulheres Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais”.

E completa: “Todas as palestras foram de grande troca de experiências e aprendizado, especialmente, as direcionadas para mulheres, as rodas de conversa estimularam que elas falassem das violências sofridas para todo o grupo, desenvolvendo dessa forma, maior fortalecimento de vínculo, empatia e empoderamento. As palestras para profissionais também foram de grande valia, uma vez que é notória a necessidade que o corpo de profissionais responsáveis pelo atendimento das vítimas em situação de violência, tenha um atendimento sensível e humanizado, que objetive a redução de danos e a busca pelos direitos e proteção da mulher, que são inerentes à pessoa humana”.

 

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