Motivada por reajuste abaixo do esperado, plenária será realizada em frente ao Palácio Anchieta
Os servidores do Estado realizarão uma assembleia geral unificada nesta segunda-feira (6), às 10h, em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. A plenária é mobilizada por mais de 22 entidades representativas, que articulam ações em protesto contra o reajuste geral anual de 4,5% anunciado pelo governador Renato Casagrande (PSB), considerado abaixo do necessário para recompor as perdas salariais.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Estado (Sindipúblicos), Iran Caetano, a assembleia deverá deliberar ações de mobilização. Não está descartada, inclusive, a deflagração de uma greve – o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde-ES) chegou a aprovar um indicativo de greve da sua categoria no início da semana.
“Não existe nenhuma justificativa para um índice tão baixo. Nossa economia nunca esteve tão bem. Enquanto o Governo Federal já estuda conceder até 19% parcelados, mas recompondo as perdas, o Espírito Santo oferece apenas 4,5%. Vamos reforçar nossa mobilização e não descartamos nenhum movimento. Convidamos os servidores para estarem presentes na assembleia geral unificada e também manifestarem sua insatisfação nas redes sociais” convoca Iran Caetano.
Na tarde dessa sexta-feira (3), o Sindipúblicos soltou um comunicado reiterando que a participação dos servidores em assembleias e outras atividades sindicais é um direito garantido pela legislação estadual e pela Constituição Federal. De acordo com o sindicato, a sua secretaria-geral disponibiliza ao funcionalismo declaração de participação ou pedido de liberação, de forma a respaldá-los juridicamente.
Na última segunda-feira (29), dirigentes sindicais estiveram na Assembleia Legislativa para articulação com os deputados estaduais, que votarão o projeto do governo. Também foi realizada uma manifestação em frente ao local, visando sensibilizar a população em geral.
Paralelamente, o Sindsaúde-ES deu início a um acampamento em frente ao Palácio Anchieta, com a promessa de que só sairiam após serem recebidos pelo governador. O acampamento se estendeu do início da manhã de segunda-feira (29) até o fim do dia seguinte. Na quarta-feira (1º), o sindicato participou das ações alusivas ao Dia Internacional do Trabalhador. Nessa quinta-feira (2) de manhã, os servidores voltaram para a porta da sede do Executivo estadual, e de lá saíram no fim da tarde com uma promessa do gabinete de que seria marcada uma audiência com Casagrande.
Reivindicações
Segundo os servidores, os 4,5% de reajuste oferecidos por Casagrande, além de inferiores ao do ano passado (5%), não cobrem as perdas salariais dos últimos três anos, que chega a 14,38%. Por isso, a reivindicação é de que o índice pelo menos seja igualado ao que foi reajustado pelo governador em seu próprio salário e no do restante do alto escalão estadual.
Em dezembro passado, houve reajuste de mais de 12% nos salários do governador e vice-governador (somando 2024 e 2025), de 22% para o secretariado e de quase 70% para os ocupantes dos cargos máximos das autarquias do Estado.
Os servidores também reivindicam a realização de uma mesa negociação com Renato Casagrande. O governador decidiu anunciar o reajuste antes da realização de uma nova reunião, quebrando as expectativas do funcionalismo de poder debater o percentual a ser adotado.
Outras pautas dos servidores incluem reajuste do tíquete-alimentação; pagamento dos precatórios da trimestralidade; reestruturação das carreiras técnicas do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), sem a unificação de cargos aprovada recentemente; reestruturação das carreiras em extinção por vacância, excluídas da reestruturação realizada em 2022; revogação da modificação da Lei do Teletrabalho; e revogação da lei do novo licenciamento ambiental.
Acampamento dos servidores estaduais é novamente suspenso
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