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Servidores estão confiantes na abertura de negociação com o governo federal

Compromisso foi assumido por Lula antes da eleição, entretanto Adufes destaca necessidade de ‘ocupar as ruas’

Os servidores públicos federais estão confiantes na abertura de mesa de negociação com o Governo Lula (PT), uma vez que antes mesmo de ser eleito o presidente já havia assumido esse compromisso. Entretanto, a presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes), Junia Zaidan, destaca que manter direitos já alcançados e conquistar novos requer luta por parte da classe trabalhadora, principalmente diante da correlação de forças que há no atual governo, com “forças heterogêneas”. “Nossa luta é nas ruas, nos diversos espaços de mobilização”, diz.

Recentemente, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) entregou ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos um documento com três pautas. Um deles é a possibilidade de remanejamento no orçamento 2023 para atender a demanda de reajuste linear emergencial no mesmo índice da inflação acumulada durante os quatro anos de governo Bolsonaro (PL), que é de 27%. Outra reivindicação é a abertura de negociação sobre os benefícios que impactam sobre os salários, congelados desde 2012.

Os servidores também reivindicam discussão entre eles e o Governo Federal sobre o estabelecimento dos índices e do período do reajuste salarial de 2023, com o valor orçamentário consolidado, buscando diminuir as perdas salariais. Para Junia, o Governo Bolsonaro significou para a classe trabalhadora em geral “o fundo do poço, com um alçapão atrás do outro. Quando chegava no fundo se via que tinha outro buraco dentro do buraco”.
A presidente da Adufes diz ainda que os últimos quatro anos foram de um “projeto de destruição do Estado de bem estar social, comprometido com as elites e com o grande capital”. Essa política, aponta, foi aprofundada durante a pandemia da Covid-19, já que a crise sanitária dificultou as mobilizações em virtude da necessidade de isolamento social.
Uma das principais lutas do funcionalismo público, nas três esferas, durante o Governo Bolsonaro, foi contra a PEC 32/2020, que trata da Reforma Administrativa. Embora tenha sido apresentada no auge da pandemia, os servidores se mobilizaram por meio de carreatas, articulação nas redes sociais e diálogo com parlamentares para que se posicionassem contra, por exemplo. Com um cenário mais ameno após a vacinação, aconteceram também manifestações de rua.
O único parlamentar capixaba que participava do colegiado era Evair de Melo (PP), que votou favorável, sendo, por isso, alvo da campanha “quem votar não volta”, que espalhou outdoors com a imagem do parlamentar instigando a população a não o reeleger. No entanto, ele garantiu sua permanência na Câmara, reeleito com 75 mil votos, sendo o terceiro mais votado.
Algumas consequências da proposta, afirmam entidades da sociedade civil organizada em carta divulgada assim que a PEC foi apresentada, são o fim do concurso público, do regime jurídico único e da estabilidade de emprego; o afrouxamento contratual de serviços para com a iniciativa privada; e a concentração de amplos poderes nas mãos do Executivo para alterar todo o arcabouço de cargos públicos do Estado. Para as entidades, o argumento do governo federal de que a reforma possibilitará corte de gastos é um equívoco, já que o atendimento à população por meio do serviço público não é o motivo do esvaziamento dos cofres públicos.
Para Junia, a PEC “perdeu fôlego”, estando parada, uma vez que, com a alteração do cenário político, Arthur Lira, a direita e o centro “perderam força”.

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