O mês de abril vai se encerrar com o Ato em Defesa do Serviço Público de Vitória, no dia 30, para denunciar a precarização em diversas áreas por parte da gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). A concentração será às 9h30, no píer de Iemanjá, em Camburi, de onde os manifestantes seguirão até a Avenida Adalberto Simão Nader.
A proposta de realizar o protesto surgiu em recente reunião do grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (PAD-Vix), quando também foi deliberada a divulgação de uma carta aberta. O objetivo, porém, é que outras categorias do serviço público municipal possam aderir à mobilização. Para isso, já estão sendo convidadas as entidades representativas, como forma de ampliar a discussão em torno da organização do protesto.
Entre essas entidades, estão o Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindismuvi), Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Estado (Sindiupes), Sindicato dos Servidores da Saúde do Espírito Santo (Sindisaúde), Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sintapi), Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo (Sindienfermeiros) e Sindicato do Pessoal do Grupo de Tributação, Arrecadação e Fiscalização -TAF do Estado (Sindifiscal).
“A administração está precarizando o serviço público, desvalorizando os trabalhadores, atendendo sem qualidade. Não há diálogo com os movimentos culturais, a educação e saúde. Se faz uma propaganda de investimento na Guarda Municipal, mas eles nem têm uma remuneração adequada. Nos últimos 30 anos, sempre conseguimos dar continuidade a muitos projetos da prefeitura, mas Pazolini fez questão de negar tudo que aconteceu de bom nesse município e não conseguiu apresentar alternativa”, destaca o diretor executivo da Pad-Vix, Aguinaldo Rocha de Souza.
Ele informa que os servidores convivem com mais de 50% de perdas inflacionárias e que o quadro geral da prefeitura tem um plano de carreira “precário”. O quadro geral, como explica, é formado por assistentes, profissionais ligados à Secretaria de Gestão e Planejamento (Seges). Esses trabalhadores evoluem na carreira somente se houver recurso, limitando a evolução a um número máximo de pessoas dentro de um espaço de tempo.
Aguinaldo salienta ainda as denúncias de usuários do sistema de saúde, que apontam falta de profissionais, além da educação, que sofre com a falta de professores e outros profissionais e aumento da jornada curricular sem diálogo com a comunidade escolar.
“O serviço público municipal de Vitória, que sempre foi de excelência, nos últimos 15 meses teve sua qualidade reduzida vertiginosamente”, diz. Ele também destaca a insatisfação dos agentes culturais, que, inclusive, tem uma manifestação marcada para este sábado (16), na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória, às 15h. Eles irão cobrar o cumprimento das reivindicações protocoladas na prefeitura em março, ainda sem respostas, bem como uma reunião com o prefeito.
Entre as queixas do setor cultural estão o fechamento de equipamentos de atendimento à juventude e a falta de interesse do município em investimentos no setor. Além disso, os trabalhadores levarão para as ruas sua insatisfação com a reforma da Previdência,
aprovada em janeiro de 2021. A iniciativa estabeleceu cobrança da alíquota de 14% sobre os salários dos servidores, reduzindo os salários.