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Sindifer não aceita proposta do TRT e greve dos metalúrgicos continua

Sindicato patronal quer compensação de 100% das horas não trabalhadas no Estaleiro Jurong

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer) não aceitou a proposta de acordo feita pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em audiência de conciliação nessa quinta-feira (12). Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal), Roberto Pereira de Souza, uma das propostas feitas pela Justiça para as empreiteiras que atuam no Estaleiro Jurong, em Aracruz, norte do Estado, foi abono de 50% dos dias parados por causa da greve e compensação dos outros 50%. Entretanto, afirma Roberto, o Sindifer alega que quer a compensação total.

As empreiteiras são a GBJ, Niplan, Grow, Lupe, NPE, USM, BNG, Pollomag, WQ Serviços e Entraco. Segundo Roberto, as negociações em empresas como Samarco, Vale e ArcelorMittal já foram encerradas com a maioria das empresas que prestam serviço nesses lugares. A dificuldade, afirma, é com as que atuam na Jurong. 

Ele informa que, na audiência, que foi resultado do pedido de dissídio coletivo do sindicato patronal, a Justiça também apresentou proposta de 4,8% de reajuste salarial, inclusive para quem recebe o piso; auxílio alimentação de R$ 400,00 para quem trabalha dentro do complexo; auxílio alimentação de R$ 170,00 para quem trabalha fora; e manutenção de todas as cláusulas do Acordo Coletivo. Atualmente, o auxílio para quem trabalha dentro do complexo é de R$ 355,00, enquanto o valor para os demais é de R$ 155,00. 
Roberto destaca que a data-base da categoria termina em quatro de dezembro. A preocupação é que, se não houver negociação, passa a vigorar as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em detrimento da Convenção Coletiva, acarretando perda de direitos, como o não recebimento de vale-alimentação e refeição. 
Os trabalhadores chegaram a fazer um protesto nessa terça-feira (10). Eles fecharam a rodovia ES 010 contra a retaliação das empresas em relação aos grevistas. Roberto relatou que foi negado a eles ônibus de retorno para casa, após a recusa de pôr fim ao movimento, como decidido em assembleia realizada na portaria da Jurong. Segundo Roberto, os trabalhadores pegaram os ônibus das empresas para o trabalho, mas deixaram claro que retornariam às atividades somente se houvesse negociação. Como não houve, foi negado o translado de volta, o que revoltou os grevistas.

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