Depois de dois anos realizada no formato virtual, a 23ª Marcha pela Vida e Cidadania volta às ruas no 1º de maio, Dia do Trabalhador. A concentração será às 8h30, na comunidade Sagrado Coração de Jesus, em Vila Graúna, Cariacica, de onde os manifestantes partirão para a praça de Santana, no mesmo município. Um dos objetivos é incentivar o retomada da mobilização popular presencial.
“Temos que nos levantar, voltar às ruas, e fazer valer nossos direitos”, ressalta Katia Mariano, da Pastoral Operária da Arquidiocese de Vitória. “O isolamento social em virtude da pandemia da Covid-19 tirou as pessoas desse espaço e ainda há um comodismo”, acrescenta.
A manifestação é organizada pela Pastoral Operária, com apoio de entidades da sociedade civil como sindicatos, movimentos sociais e centrais sindicais. Motivos para sair do comodismo não faltam, segundo a agente de pastoral, que aponta que eles estão expressos no lema da Marcha, que é “Pela Vida, Direitos, Educação e Democracia: Gritamos!”.
Katia destaca que quando se fala do direito à vida, é preciso denunciar a má gestão da crise sanitária, responsável pela morte de mais de 600 mil pessoas em todo o Brasil.
Kátia salienta que iniciativas de precarização da classe trabalhadora não se restringem a essas, sendo necessário compreender que a ofensiva contra os trabalhadores é constante. Ela cita como exemplo a destinação, em dezembro último, de parte do orçamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o Ministério da Defesa. “É uma forma de sucatear e impossibilitar a realização de cursos de capacitação para recolocação das pessoas desempregadas no mercado de trabalho”, aponta.
Kátia destaca ainda as ameaças à democracia que serão denunciadas durante a manifestação, como a violência política de gênero, principalmente sofrida pelas vereadoras de Vitória Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT), que constantemente têm suas falas interrompidas por outros vereadores e, até mesmo, são agredidas verbalmente.