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sábado, setembro 7, 2024

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Trabalhadores da Garoto sinalizam protestos e até mesmo greve

Nestlé se nega a conceder reajuste acima da inflação no salário e no tíquete-alimentação

Os trabalhadores da fábrica de chocolates Garoto, localizada na Glória, em Vila Velha, aguardam a Nestlé agendar a próxima reunião de negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Afins do Espírito Santo (Sindialimentação), para dar prosseguimento à discussão sobre o pleito da categoria, que é o reajuste nos salários e no tíquete-alimentação. Caso as negociações não avancem, será realizada assembleia para debater os próximos passos da mobilização, não descartando protestos e até mesmo greve.

Os trabalhadores reivindicam, tanto no salário quanto no tíquete, reajuste de 3,34%, correspondente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais 4% de ganho real. O tíquete, afirma a presidente do Sindialimentação, Linda Moraes, hoje é no valor de R$ 680,00 e está congelado há dois anos.

Contudo, após três reuniões entre os trabalhadores e a Nestlé, realizadas nos últimos 30 dias, as negociações não avançaram, pois a empresa quer somente dar o reajuste salarial, mesmo assim, com base no INPC, sem ganho real. Linda afirma que a Nestlé não apresenta argumentos para justificar sua decisão. “Ela simplesmente diz que não vai atender a reivindicação e ponto”, relata a dirigente sindical, que acredita que “diante do lucro, pelo crescimento que a empresa tem, é possível atender à reivindicação da categoria”.
Linda recorda que, em 2020, a Nestlé chegou a tentar reduzir o valor do tíquete em cerca de 50%. A partir daí, foram dois anos de mobilização dos trabalhadores, que em 2022, conseguiram com que ficasse congelado até 2026, o que foi considerado uma vitória na época. Contudo, rememora, apesar do congelamento, também foi garantida a possibilidade de rever a decisão em 2024, o que foi a escolha dos trabalhadores este ano.
A categoria fez uma manifestação nessa terça-feira (23) em frente à fábrica da Garoto, onde afixaram cartazes e fizeram panfletagens e falas no carro de som. A ideia, afirma Linda, foi não somente mobilizar os trabalhadores, mas a comunidade como um todo.

“Procuramos dialogar com as pessoas sobre o fato de que quando o trabalhador tem poder de compra, isso valoriza o comércio local, melhora a renda de várias famílias, é uma reação em cadeia”, ressalta. Quanto aos trabalhadores, a presidente do Sindialimentação avalia como positiva a adesão ao protesto. “A gente percebe a insatisfação. Os trabalhadores apoiaram, eles entendem que a empresa pode mais”.

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