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Treze de Maio será marcado por ato contra o racismo e o genocídio negro

Mobilização nacional será realizada no Estado na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória

A Coalizão Negra por Direitos, composta por entidades do Movimento Negro, realizará nesta quinta-feira o “13 de maio de Lutas”, uma mobilização nacional pelo fim do racismo, do genocídio negro, das chacinas e pela construção de mecanismos de controle social da atividade policial. O lema será “Nem bala, nem fome, nem Covid”. No Espírito Santo, a data será marcada por um ato às 17h, na Praça Costa Pereira, Centro de Vitória.

O grupo ressalta que, em meio à crise sanitária, “a população negra está por sua própria conta”. Assim, “organiza campanhas humanitárias, apoiando vizinhos e vizinhas nas favelas e comunidades, ou acompanha famílias afetadas pela doença”, que são “pressionadas a tomar medicamentos sem eficácia – com a indicação do próprio governo – e que têm dificuldade para acessar serviços de saúde”. 

Por isso, prossegue, convoca “todos os setores da sociedade que não aceitam essa barbárie, a violação de direitos humanos e um governo miliciano que leva às últimas consequências a natureza genocida do estado brasileiro. O mundo está olhando para o Brasil e esperando de toda sua população – negra ou não – uma reação”.

A coordenadora do Círculo Palmarino, Ana Paula Rocha, afirma que a Abolição, ocorrida em 13 de maio de 1888, não mudou a realidade do povo negro, cujo extermínio “é um projeto histórico e sistemático”, sendo os negros a maioria entre os mortos da Covid-19 e os que mais sofrem com a militarização.

Durante o ato, que, de acordo com ela, respeitará os protocolos sanitários, haverá intervenções culturais, como a do Bloco Afro Kizomba, e momentos de denúncia da chacina de Jacarezinho, no Rio de Janeiro, fazendo uma interligação com a realidade das comunidades periféricas capixabas.

A militante do Movimento Negro e pós-doutora em Psicologia, Luizane Guedes, abordará esse tema durante o ato. Ela salienta que os negros são maioria nas comunidades periféricas e principais vítimas da violência das operações policiais. “Isso não é política pública de segurança. As pessoas pobres e negras são marcadas como perigosas”, afirma. Entre as reivindicações que serão feitas durante a manifestação, está a criação de uma ouvidoria externa das polícias militar e civil.
A demanda, segundo o militante dos Direitos Humanos, Gilmar Ferreira, é antiga tanto no Movimento Negro quanto no de Direitos Humanos. Trata-se de um instrumento para recebimento e apuração de denúncias de violência policial, além de elaboração de pesquisas para subsidiar a criação de políticas públicas. “O ouvidor não estaria subordinado ao secretário de Segurança Pública ou quem quer que seja, nem seria alguém da estrutura da segurança pública. A ouvidoria teria recursos financeiros próprios, tanto humano quanto financeiro”, explica.
A organização do protesto orienta a quem for participar, que compareça de máscaras, de preferência a PFF2; higienize as mãos com álcool em gel constantemente, se mantenha em local ventilado, e faça o distanciamento social seguro.

Além do Círculo Palmarino e Bloco Afro Kizomba, o ato é organizado no Estado por entidades como o Movimento Negro Unificado (MNU), Núcleo Estadual de Mulheres Negras e União de Negros pela Igualdade (Unegro).

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