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Violência contra Jacqueline Moraes e Camila Valadão é denunciada na ONU

Denúncia de violência política de gênero foi feita por Centro de Apoio aos Direitos Humanos

O Centro de Apoio aos Direitos Humanos Valdicio Barbosa dos Santos (CADH), que possui status consultivo na Organização das Nações Unidas (ONU), denunciou, nesta segunda-feira (4), a violência política de gênero sofrida pela vice-governadora Jacqueline Moraes (PSB) e pela vereadora de Vitória Camila Valadão (Psol). A denúncia foi feita na 50ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

Quem representou o CADH foi a advogada Verônica Bezerra, no painel temático sobre o tema “Cooperação técnica para participação plena e efetiva das mulheres na tomada de decisões e na vida pública e sobre a eliminação da violência, com vistas a alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas”.

Ela iniciou sua fala dizendo que “a violência política, física, psicológica, econômica, sexual e outras formas de violência contra as mulheres, é uma forma de restringi-las de fazer parte dos assuntos públicos. Isso permite que decisões sejam tomadas contra suas vontades”.
A advogada prosseguiu afirmando que isso tem acontecido com frequência no Brasil, onde “as capacidades da mulher são ignoradas”. Em seguida, a advogada abordou o caso específico do Espírito Santo. “Houveram dois sérios casos. Um contra uma vereadora da capital, Vitória, e outro da vice-governadora do Estado. Ambas foram vítimas de violência política de gênero”.
Verônica destacou que “isso ocorre porque elas estão constantemente combatendo para que mulheres sejam capazes de fazer parte dos assuntos públicos e tomadas de decisão”. A advogada terminou sua fala afirmando que “nossa organização espera que medidas sejam adotadas com intuito de assegurar responsabilização. Pedimos à comunidade internacional que monitorem casos como esses no Brasil e a implementação de políticas de promoção de igualdade de gênero”.
No caso de Jacqueline, os ataques mais recentes vieram do site Folha ES, do sul do Espírito Santo, que, em maio, se referiu a ela como uma “vira-lata” que “abana o ‘rabo’ para o dono e ‘late’ de longe, salivando ignorância quando o assunto é corrupção no Governo do Espírito Santo”, em alusão ao posicionamento da vice-governadora de defender o Governo do Estado diante das denúncias de corrupção que foram feitas pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Camila Valadão constantemente é alvo de agressões verbais em plenário, principalmente por parte do vereador Gilvan da Federal (Patri), que, inclusive, já a mandou calar a boca aos berros durante uma sessão com a conivência dos demais vereadores, exceto Karla Coser (PT), que também é vítima da violência política de gênero.
Em suas redes sociais, a vice-governadora comemorou a denúncia dizendo que “lutar por justiça é bom, mas ver a justiça acontecendo é melhor ainda. Hoje a violência política de gênero sofrida por mim e por Camila Valadão foi denunciada na 50ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos (CDH) da ONU pelo Centro de Apoio aos Direitos Humanos (CADH) do ES”.
Camila Valadão também se pronunciou nas redes sociais. “Que os nossos casos sirvam de exemplo para a tomada de medidas efetivas. Que nenhuma vereadora, deputada, senadora, governadora, vice-governadora ou presidenta seja coagida e impedida de exercer o seu legítimo mandato”, disse. 


Grupo de mulheres convoca manifestação contra violência política de gênero

Protesto é motivado por ataques à vice-governadora, Jacqueline Moraes, e agressões sofridas pelas vereadoras da Câmara de Vitória


https://www.seculodiario.com.br/politica/grupo-de-mulheres-organiza-manifestacao-contra-a-violencia-politica-de-genero

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