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Caminhoneiros exigem nova política de preços dos combustíveis

Embora sem nenhum entendimento prévio, a greve dos petroleiros, que neste sábado entra no seu 15º dia, ganha um reforço com a carta dos caminheiros que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro exigindo o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), praticado nas refinarias de petróleo desde 2016 e causa dos preços elevados dos combustíveis no mercado interno.  

“Perdem os consumidores brasileiros, que têm de pagar preços pelos combustíveis muito mais altos do que deveriam, perde a própria Petrobras, que fica com suas refinarias na ociosidade, perdendo mercado, emprego e renda para refinarias estrangeiras”, aponta a carta dos caminhoneiros, que apresenta uma reivindicação idêntica à dos petroleiros. 

Para o economista aposentado da Petrobras Cláudio Oliveira, especialista no assunto, os caminhoneiros reivindicam alterações na política de preços, que ele também condena, porque sentem o impacto no bolso. “É como se a Petrobras importasse para revender”, diz, e acrescenta: “Paga o preço internacional, em dólar, o frete, a internação, o seguro e o lucro”. 

A Shell é uma das refinarias estrangeiras que mais lucra, exercendo o papel de importador e exportador. Como segunda maior produtora de petróleo no Brasil, a empresa possui três refinarias no exterior com a Aramco, maior produtora mundial, e vai vendendo para o Brasil, explica Cláudio Oliveira, alinhado com as reivindicações dos caminhoneiros..  

Eles rejeitam o PPI e afirmam: “Não vamos encontrar em nenhum lugar do mundo capitalista uma política de preços similar a esta. É um absurdo. O mercado brasileiro é sim aberto à livre concorrência. Quem desejar instalar por aqui uma estrutura de produção, refino e distribuição de derivados, será muito bem-vindo. Mas uma empresa adotar uma política de autoflagelo, entregando deliberadamente seu mercado aos concorrentes, é inaceitável e criminoso”.

A carta destaca a descoberta do pré-sal: “fomos agraciados com a descoberta das maiores reservas ocorrida no mundo nos últimos 30 anos e temos uma empresa estatal, a Petrobras, líder mundial na extração de petróleo em águas profundas e ultra profundas, que em poucos anos conseguiu reduzir o custo de extração de óleo para apenas US$ 5 o barril”.

Em outro trecho afirma: “Nos últimos anos a crise econômica brasileira atingiu nossa categoria de forma impiedosa, culminando com a greve de 2018. As soluções apresentadas pelo governo na época foram paliativos que não resolveram o problema que continua latente”. 

De acordo com  a carta, os caminhoneiros concordam com o incentivo à construção de novas refinarias no país, mas não com a venda das refinarias já construídas e em produção, como tem sido propalado pela imprensa. “Isso não ajudaria em nada”.

A carta é assinada pela Associação Nacional dos Transportadores Autônomos do Brasil Liberdade e Trabalho (ANTB), entidade que congrega transportadores autônomos por todo o Brasil. 

Shell

Indiferentes aos movimentos que pedem o fim da Paridade dos Preços Internacionais, cerca de 400 empresários capixabas já estão confirmados para participar do Encontro de Negócios com a Shell. O evento é inédito no Estado e acontece na próxima terça-feira (18) as 8h30 às 16h30, no auditório da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).  

A iniciativa, promovida pela Shell Brasil em parceria com a Findes, por meio do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, tem o objetivo de apresentar oportunidades e demandas de bens e serviços do setor para empresários e divulgar as competências locais do Estado. 

 

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