Guilherme Lacerda aponta gargalos nas Parcerias Público-Privadas no livro ‘Devagar é que não se vai longe’
Essa frase finaliza o livro “Devagar é que não se vai longe – Parcerias Público-Privadas e desenvolvimento econômico”, do economista Guilherme Lacerda, no qual ele amplia o debate em torno da política de investimentos estruturais no Brasil, com destaque para as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Professor universitário, gestor de fundos de investimentos e estudioso da problemática de investimentos estruturais no Brasil, Guilherme Lacerda aborda as carências econômicas e sociais que provocam impacto em toda a população, em um cenário onde os índices são baixíssimos, nessas áreas, no âmbito internacional.
“A outra face dessa realidade é revelada pelos números perversos de nossa condição social e um crescimento econômico pífio e excludente, colocando o nosso País no pódio da lista mundial de desigualdade de renda e riqueza”, explica Guilherme Lacerda. Para ele, “a credibilidade jurídica e institucional, a estrutura normativa e a cultura corporativa e empresarial também são elementos de relevo nesse cenário”.
A pesquisa que deu origem ao livro, de 231 páginas, com selo da Letra Capital, Rio de Janeiro, segundo informa Guilherme Lacerda, foi desenvolvida entre os meses de setembro de 2918 e 2019, com o apoio da Escola Nacional de administração Pública.
O autor traça um histórico dos programas de investimentos no País, destacando os desafios para superar os gargalos que mantêm os patamares dos investimentos em infraestrutura abaixo das necessidades. Ele aponta a ausência de diálogo como um fator preponderante para a construção desse cenário.
O déficit de interlocução entre governantes e governados é tão flagrante quanto o déficit de investimentos, segundo Guilherme Lacerda. “Vencer essa lacuna não é simples. Exige o reerguimento de pontes para se ter diálogos assentados em mútua confiança e transparentes, onde os resultados privados sejam justos e estejam associados a benefícios públicos efetivos”.