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Estagnado em 2019, PIB capixaba deve cair este ano

Resultado foi divulgado por Luiz Paulo Vellozo, do Instituto Jones, que prevê impacto do coronavírus

Créditos: Reprodução

O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), autarquia do governo estadual, publicou nesta quinta-feira (26) o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo em 2019. O resultado foi de estagnação. O valor nominal chegou a R$ 124,3 bilhões, similar ao do ano passado, o que representa uma taxa de crescimento de 0%.

O que pesou para que o Espírito Santo não tivesse um resultado de aumento do PIB, soma de todas riquezas produzidas durante o ano, foi a forte queda do setor industrial, sobretudo ligado à produção de commodities para exportação. A indústria caiu 15,7% afetada pelo petróleo, celulose e minério de ferro.

Em contrapartida, o comércio varejista ampliado teve aumento de 5,2% no Estado em 2019, resultado puxado sobretudo nas vendas de veículos automotores, motocicletas, partes e peças. No setor de serviços, o crescimento anual foi de 1% com destaque para o resultado positivo em transportes, hospedagem e alimentação.

Em comparação ao resultado da economia nacional, o Espírito Santo ficou abaixo da média, já que o PIB do Brasil em 2019 teve aumento discreto de 1,1%, conforme anunciado no início de março.

O secretário de Estado da Fazenda, Rogelio Pegoretti, ressaltou que embora o resultado tenha sido de não crescimento, nas contas do Estado houve um aumento de 11,3% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), importante para a arrecadação estadual.

Para o ano de 2020, a expectativa não é nada animadora para o Espírito Santo, seguindo a tendência nacional e internacional devido ao impacto das medidas de contenção e enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para a economia.

Segundo o IJSN, os primeiros resultados do ano apontam que em janeiro o setor de serviços teve queda de 3,2% no comparativo com o ano passado, enquanto o comércio cresceu 5,3%. As exportações tiveram quadra de 34% nos dois primeiros meses de 2020.

Diante da pandemia, o quadro parece incerto e de difícil previsão, até porque não se tem segurança de por quanto tempo serão necessárias as medidas para combater o Covid-19 nem o real impacto na economia. Mas não há razões para acreditar em crescimento econômico. “As expectativas são de PIB negativo e sem dúvida nenhuma o Espírito Santo vai seguir essa tendência”, considerou Luiz Paulo Velloso Lucas, diretor-presidente do IJSN.

Ele afirmou que o instituto vai calcular também o índice de prosperidade no Estado, que diferente do PIB, que mede apenas o resultado econômico, também irá considerar outros indicadores de qualidade de vida, avaliando o resultado cada uma das microrregiões do Espírito Santo.

Rogélio Pegoretti defendeu as ações preventivas que vêm sendo tomadas pelo governo do Estado como necessárias para salvar vidas, e cobrou que o presidente Jair Bolsonaro assuma a responsabilidade e liderança que se pede de seu cargo e tome medidas que possam atenuar os impactos econômicos, já que o governo federal tem maior capacidade de impactar na economia, por ter autonomia para lançar títulos e permitir endividamento para dar mais liquidez. 

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