quarta-feira, novembro 20, 2024
26 C
Vitória
quarta-feira, novembro 20, 2024
quarta-feira, novembro 20, 2024

Leia Também:

Haddad não altera proposta e greve de auditores da Receita deve continuar

Proposta do ministro da Fazenda não foi bem recebida pela categoria, que está em greve desde novembro

Auditores fiscais da Receita Federal se reúnem ainda nesta semana para definir a data da assembleia nacional sobre a manutenção da greve, iniciada em novembro, depois da reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (27), que anunciou que não haverá alterações na proposta apresentada para o pagamento do bônus de eficiência em 2024, já rejeitada pelos grevistas anteriormente. O movimento atinge os serviços aduaneiros em portos e aeroportos brasileiros.

Segundo o delegado sindical no Espírito Santo, José Henrique Mauri, a diretoria executiva do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) está reunida em Brasília, para definir a situação. O ministro condicionou a implementação da proposta à suspensão da greve da categoria, deflagrada em 20 de novembro, mas, na sua avaliação, a proposta não apresenta nada de concreto e, por essa razão, o movimento tende a continuar.

“Depois de superados os 90 dias que ele pediu, praticamente está pedindo de novo mais um voto de confiança, se comprometendo a resolver o problema lá para o segundo semestre do ano que vem. Mas o ministro não diz em que dimensão e qual o tamanho. Eu vejo, de forma preliminar ainda, como um jogo feio que o governo faz com a categoria, jogando com a Receita Federal. Creio que a categoria não suspenderá a greve”, reitera Mauri, ressaltando que a decisão será em assembleia nacional, no início de janeiro.

Esta é a terceira vez, este ano, que Fernando Haddad se reúne com os representantes dos auditores fiscais. Após sete anos de acordo (considerando a Lei 13.464/17) e seis meses da publicação do Decreto 11.545/23, o governo federal faz, à categoria, a segunda proposta para implementação do pagamento de bônus de eficiência e produtividade para os auditores fiscais.

A primeira, rejeitada em assembleia nacional por 95% da categoria, apresentava escalonamento “em valores absolutos, sem instrumento de segurança na sua implementação e ainda desconsiderava o pleito da categoria de alteração no texto do decreto”, critica o Sindifisco.

No último dia 21, os auditores-fiscais federais da 7ª Região Fiscal, com jurisdição no Espírito Santo e Rio de Janeiro, entregaram os cargos de chefia, visando o cumprimento integral do Plano de Aplicação do Fundaf e alterações no texto do decreto, conforme acordado pelo governo federal em 2016. Haddad manteve o teto de R$ 4,5 mil para primeiro semestre e de R$ 5 mil para os dois últimos trimestres do próximo ano.

“O ministro deixou claro que, sem a suspensão da greve e engajamento dos auditores e analistas desde o início de 2024, todo o planejamento do Ministério da Fazenda de valorização da RFB [Receita Federal] e fortalecimento do órgão ficarão prejudicados”, diz comunicado dos grevistas.

Os auditores, depois de dois anos de forte mobilização, estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 20 de novembro pela destinação de 25% dos recursos do Plano de Aplicação do Funaf para o pagamento da remuneração variável a qual têm direito por lei desde 2017.

Na reunião, o governo também não apresentou proposta financeira para o bônus em 2025 e 2026. O ministro disse que vai alterar o texto do Decreto 11.454/23 no primeiro semestre de 2024, para que o decreto reflita “o pactuado com a categoria e a própria lei (13.464/17)”.

O compromisso da mudança no decreto está disposto em ata de reunião assinada pelo Ministério da Fazenda – por isso, para 2025 e 2026, os valores para pagamento do bônus serão estabelecidos a partir dessas alterações no texto do decreto, considerando o disposto na lei vigente, de 2017.

A reunião ocorreu entre Haddad e Robinson Barreirinhas, secretário da Receita; Isac Falcão, presidente do Sindifisco Nacional; Sérgio Aurélio, coordenador do Comando Nacional de Mobilização; Anderson Novaes, presidente da Mesa Diretora do Conselho de Delegados Sindicais; e representantes do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal (Sindireceita).

Mais Lidas