Chocolates Garoto anuncia R$ 200 milhões em ampliação e 4.0, mas quer cortar 50% no ticket-alimentação dos empregados
O anúncio de investimento milionário feito pela Chocolates Garoto para os anos de 2020 e 2021 contrasta com a política de desvalorização do trabalhador executada desde a compra da tradicional fábrica capixaba pela multinacional Nestlé, a maior empresa de alimentos do mundo há uma década.
Serão aplicados R$ 200 milhões em ampliação e modernização da fábrica em Vila Velha, segundo comunicado feito em solenidade virtual realizada nessa terça-feira (8), no dia do aniversário da capital Vitória, com a presença do governador Renato Casagrande (PSB); do secretário de Governo, Tyago Hoffmann; do secretário de Desenvolvimento, Marcos Kneip; do secretário de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Paulo Foletto; da presidente da Federação das Indústrias (Findes), Cris Samorini; do presidente da Espírito Santo em Ação, Fábio Brasileiro; e do vice-presidente da Fibrasa, Léo Castro.
Em contraste com a pompa do evento, em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação/ES) nesta quarta-feira (9), a direção da empresa insiste na tentativa de cortar pela metade o valor do ticket-alimentação dos empregados e em não pagar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2019.
“Para as novas linhas que vamos inaugurar em 2021, por exemplo, vamos trazer tecnologias inéditas para fábricas de chocolate na América Latina, com uso de internet das coisas (iOT) e big data para monitoramento e manutenção das operações. Foi um projeto totalmente concebido com esse conceito de transformação digital desde o princípio, declarou, na ocasião, o vice-presidente de Chocolates da Nestlé e Garoto, Liberato Milo.
A Chocolates Garoto, localizada em Vila Velha (ES), é uma das 10 maiores fábricas de chocolates do mundo e uma das unidades mais rentáveis da gigante Nestlé. A empresa conta hoje com um portfólio de aproximadamente 70 produtos e tem cerca de 1,3 mil empregados.