A Petrobras comunicou oficialmente, nesta sexta-feira (9), a suspensão da venda do campo de Albacora, que fica na Bacia de Campos e cuja gestão é da Unidade de Negócios do Espírito Santo. O fato é comemorado pelo Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), que considera uma vitória para a categoria e para a população, uma vez que a entidade sempre se mostrou contrária à venda, por se tratar de um patrimônio público.
O sindicato, inclusive, move, desde outubro passado, uma ação popular na Justiça Federal contra a comercialização de Albacora e de Albacora Leste, que também fica na Bacia de Campos. “Com a suspensão, ganham os petroleiros, ganha a sociedade, pois o patrimônio público se mantém gerando riqueza e royalties para a população”, ressalta o coordenador geral do Sindipetro, Valnísio Hoffman, destacando ainda que a venda do campo “significaria a redução de empregos e renda”.
O comunicado da Petrobras de que havia recebido ofertas dos consórcios PetroRio/Cobra e EIG Global Energies Partners/Enauta/3R Petroleum para a aquisição dos campos foi feito em 30 de setembro de 2021.
Hoffman explica que o campo de Albacora é uma área de pré-sal e que o preço estipulado para a venda foi muito baixo, por isso foi movida a ação judicial. Ele acredita que a ação judicial pode ter contribuído para a suspensão da venda, assim como as pesquisas que apontam cenário desfavorável para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. O dirigente sindical acredita ainda na possibilidade de suspensão da venda de Albacora Leste.
Além de suspender a venda, a Petrobras optou por manter o ativo em seu portifólio, inclusive, divulgou um projeto de investimento que prevê a contratação de uma nova plataforma do tipo FPSO (sistema flutuante que produz, armazena e transfere petróleo) para o campo de Albacora, em substituição às duas unidades de produção que operam no ativo atualmente, que são a P-25 e a P-31. “É sinal de que o campo tem potencial de produção”, aponta Hoffman.
A ação judicial, afirma, terá prosseguimento, uma vez que é preciso que a Justiça averigue se o preço estipulado para venda estava muito baixo, para que os responsáveis respondam por crime lesa pátria.