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Vitória é a capital com maior renda per capita do País, mas é a 18ª em IDH

Estudo publicado nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –  “Produto Interno Bruto dos Municípios 2010”  aponta um paradoxo: renda per capita alta não é sinônimo de um bom Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). É o caso de Vitória. Entre as capitais, a capixaba detém a melhor renda per capita (R$ 76.722,00), mas tem apenas o 18a (0,856) IDH.  

 
Segundo o estudo, a pequena população desses municípios explica a distorção. Considerando os 23 municípios com participação de ao menos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), entre 2009 e 2010, Vitória aumentou sua participação em 0,1 ponto percentual, enquanto as principais perdas foram registradas em São Paulo (-0,3 p.p.) e Rio de Janeiro (-0,2 p.p.). 
 
De acordo com o levantamento do IBGE, os principais movimentos observados em 2010 estão vinculados às commodities. Enquanto alguns municípios tipicamente agrícolas experimentaram perdas de participação relativa, por conta dos baixos preços das commodities agrícolas, principalmente os grandes produtores de soja, os produtores de minérios, especialmente o minério de ferro, tiveram ganhos de participação. É o caso de Vitória. 
 
A capital capixaba registrou a variação positiva na participação graças à atividade extrativa mineral. Em 2010 ocorreu forte recuperação da produção de pelotas de minério de ferro.
 
Esse resultado positivo, porém, não se reflete quando os itens avaliados passam a ser a distribuição dessa renda e os investimentos sociais, principalmente nas áreas de saúde e educação, que ajudam a empurrar o IDH para baixo. 
 
O município de São Francisco do Conde, na Bahia, por exemplo, com cerca de  33 mil habitantes, tem a melhor renda per capita do País: R$ 296 mil, mas ocupa apenas a 2.743ª posição na lista do IDH dos municípios brasileiros. A distorção acontece porque o município baiano, com IDH de 0,714, tem uma população pequena, mas abriga uma das maiores refinarias do país. 
 
Na mesma situação do município baiano – baixa densidade demográfica, alta renda per capita e baixo IDH – estão Anchieta e Presidente Kennedy, que aparecem no levantamento do IBGE, respectivamente, na sexta e oitava posições no ranking nacional. As duas cidades capixabas ostentam altas rendas per capitas, respectivamente, R$ 175 mil e R$ 155 mil, por causa da mineração e ganhos com royalties do petróleo, mas distribuem mal suas riquezas, achatando o IDH.  
 
Outro estudo publicado na semana passada, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que mediu o Índice de Desenvolvimento Municipal, apontou que o rico município de Kennedy é o último colocado (78º lugar) no ranking estadual e apenas na 3106º posição nacional em desenvolvimento da Educação. Mais uma amostra de que caixa cheio não é sinônimo de investimentos sociais e consequentemente um bom IDH. 

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