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Abertas inscrições para projeto de reforço escolar no Território do Bem

Crislayne Zeferina, pedagoga do projeto, aponta demanda educacional pós pandemia da Covid-19

As aulas começam em breve e os estudantes do ensino fundamental do Território do Bem, em Vitória, podem ter um importante aliado nos estudos em 2024. Por meio do Projeto EducArte, eles terão possibilidade de frequentar aulas de reforço escolar das disciplinas as quais tiverem necessidade, com professores voluntários. As inscrições podem ser feitas até 1º de fevereiro por meio do link ou presencialmente, das 12h às 17h, na sede do Coletivo Beco, na rua Tenente Setúbal, em Bairro da Penha.

Além de melhorar o desempenho dos alunos na escola, o EducArte busca estimular o pensamento crítico, incentivar o protagonismo de crianças e adolescentes no aprendizado e a aplicação do conhecimento teórico no cotidiano dos alunos. O Coletivo Beco, organização da sociedade civil que busca a ampliação e garantia de direitos, perpassando pelos debates de negritude e gênero, é organizador do projeto.

O início das aulas, que serão online, das 12h às 17h, será em 3 de fevereiro. São 60 vagas para estudantes do ensino fundamental I e II, que terão aulas durante uma hora, semanalmente. Para isso, o Coletivo Beco irá disponibilizar computadores com internet na sua sede para que os participantes do projeto possam estudar virtualmente. Após a inscrição, o responsável pelo aluno irá preencher um documento de matrícula com algumas observações a respeito das dificuldades da criança e suas restrições alimentares, caso as tenha, pois será servido lanche antes das aulas. O responsável também será convidado a participar a cada dois meses de rodas de conversas sobre temas relacionados a alfabetização, direitos das crianças e fortalecimento territorial.
O projeto teve início em 2020, no auge da pandemia do coronavírus, em um contexto de isolamento social no qual as escolas tiveram que ser fechadas e as aulas passaram a ser virtuais como forma de prevenção à Covid-19. Contudo, nem todos estudantes tinham acesso a computador e internet, o que dificultava o prosseguimento nos estudos. Por isso, o Coletivo Beco mapeou crianças, adolescentes e jovens que estavam com dificuldades na escola por causa da exclusão digital e planejou uma atividade que conectasse esse público com o mundo digital de forma artística, lúdica e educadora.
Assim, foi possível disponibilizar, em uma sala, no Bairro da Penha, computadores para aulas de reforço escolar virtuais. A iniciativa foi aprovada pela comunidade, que pediu seu retorno, possibilitado por meio do edital Territórios Criativos, da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), por meio do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura). “Depois da pandemia, muitos alunos passaram de ano, mas houve atraso. Tem criança de 12 anos que ainda não sabe ler. Essa realidade nos mostra que existe uma demanda educacional no território e precisamos criar ações para diminuir essa exclusão, que tem sua raiz no processo escravocrata”, diz a pedagoga do projeto, Crislayne Zeferina.

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