Aprovado na Câmara, PL que faz de aulas presenciais atividade essencial está no Senado. Rose reconhece perigo da proposta
Aprovado na Câmara dos Deputados na última terça-feira (20), o Projeto de Lei 5595/2020, de Paula Belmonte (Cidadania/DF) seguiu para o Senado, carregado de forte repúdio de diversas organizações de educadores, que denunciam a ausência de respaldo científico para a matéria, que propõe declarar as aulas presenciais como atividade essencial, justamente no momento mais grave da pandemia de Covid-19 no país.
O senador Fabiano Contarato (Rede) classifica o PL como irresponsável e assassino, por obrigar a retomada das aulas presenciais sem que crianças, adolescentes, jovens e educadores tenham sido vacinados. “Abrir escolas nesse momento crítico de agravamento da crise sanitária seria transformá-las em verdadeiros abatedouros, seria abandonar as pessoas à própria sorte em meio ao ambiente escolar!”, exaspera.
O parlamentar capixaba invoca a Constituição Federal ao afirmar que concorda com o caráter essencial da educação, pois a Carta Magna a define como direito social fundamental, ao lado da saúde e da infância, entre outros tantos. Esses direitos, no entanto, “jamais podem prescindir o direito à vida”, este, “o principal bem jurídico”.
Contarato ressalta “a atual escalada do contágio e das mortes que assolam o país”, com mais de 400 mil vidas ceifadas para salientar que “sem vida não é possível ensinar e aprender”. O retorno às atividades presenciais, consigna, deve ser feito com planejamento, responsabilidade e respeito à saúde dos professores, funcionários, alunos e respectivos familiares.
A aquisição de vacinas deve ser o principal mobilizador de esforços no momento, convoca Contarato, juntamente com “ações que busquem mitigar os impactos do isolamento”, em especial, destaca, a entrega dos alimentos da merenda escolar nas casas dos estudantes, para que as crianças e jovens não fiquem desprovidos de nutrição durante o fechamento das escolas, além da saúde emocional e física de toda a comunidade escolar.
Posicionamentos contraditórios
Mesmo adotando uma posição menos definida, Rose de Freitas (MDB) reconhece que no atual momento, de “auge da disseminação do coronavírus, a comunidade médica se manifesta alertando que a contaminação e o óbito estão crescendo entre jovens”.
A medida também é defendida pelo Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo (Lagebes/Ufes), que cita a experiência europeia como exemplo de eficiência da estratégia.