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Alunos da Ufes identificam larvas na comida servida em restaurante universitário

Diretório Central dos Estudantes convoca novo protesto para a próxima segunda-feira, no campus de Goiabeiras

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (DCE/Ufes) convoca um novo ato para reivindicar melhorias no Restaurante Universitário (RU). Desta vez, além dos problemas no agendamento das refeições, as denúncias se referem à qualidade da alimentação, já que, desde essa quinta-feira (5), alunos de diversos cursos relataram a presença de larvas nas marmitas. 

Divulgação

O ato será na próxima segunda-feira (9), às 11 horas, no campus Goiabeiras, em Vitória. A manifestação, prevista para se concentrar em frente ao prédio da reitoria, também contará com integrantes dos Centros e Diretórios Acadêmicos da Ufes.

“É um completo absurdo uma universidade federal oferecer marmita sem nenhuma dignidade alimentar. Larvas, comida azeda, estudante sem conseguir agendar. Um verdadeiro descaso. Além de ser um dos Restaurantes Universitários mais caros do país! Queremos a volta do self-service imediatamente, em todos os campus”, cobra a diretora de Comunicação e Cultura do DCE, Karini Bergi.

Beatriz Pezzin, estudante de Geografia na Ufes e integrante do movimento Disparada-ES, diz que os relatos dos alunos começaram a chegar ao coletivo nessa quinta-feira (5), continuando nesta sexta (6).

“Não sabemos se vem de alimentos que são de baixa qualidade ou se é uma questão de armazenamento, nem como tem sido o processo de preparação, o que nos deixa muito preocupado. O que significa esse aparecimento de larvas? Qual é a procedência dessa comida? Será que daqui a pouco a gente vai ter alunos passando mal com algum tipo de intoxicação?”, questiona.

Beatriz conta que entrou em contato com a direção de gestão do RU, que informou que passaria a demanda para a coordenação de nutrição, com o objetivo de identificar os motivos do problema. A estudante também foi informada que a empresa responsável pelo fornecimento das refeições seria notificada.

“E qual é essa empresa, de onde vem? São diversas dúvidas que a gente tem nesse momento e não tem resposta nenhuma da universidade. São dúvidas que ficam no ar e deixam os estudantes nessa total insegurança (…) Ontem [quinta-feira] eu fui jantar depois desse episódio que aconteceu no almoço, totalmente insegura para comer”, relata.

Além dos problemas com a alimentação, estudantes do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), em São Mateus, relatam problemas com a água disponibilizada para consumo. “Um estudante foi contaminando por verme através da água”, denuncia Karini, explicando que o caso foi esta semana, tendo sido denunciado à Ouvidoria da universidade.

Isabela Ludgero

Falta de acesso à alimentação

Um protesto já havia sido realizado por estudantes na última segunda-feira (2), por conta dos problemas no RU. Na mobilização, organizada pelo movimento Disparada-ES, os alunos reivindicaram melhores condições de atendimento, o fim do agendamento e a volta do sistema self-service.

Os problemas com o RU nessa retomada das aulas presenciais já vinham sendo denunciados por falhas na logística. Os relatos são de que, muitas vezes, alunos que precisam permanecer no campus o dia todo ficam com fome, porque não conseguem agendar a refeição com pelo menos 24h de antecedência, como é exigido pela instituição.

Desde que o sistema de agendamento foi adotado, ainda durante o Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte), a alimentação deixou de ser preparada no RU. A refeição é servida em marmitas, que podem ser consumidas nos restaurantes ou retiradas para viagem. Com a retomada das aulas presenciais, no último dia 18 de abril, a Ufes manteve o sistema de agendamento nos campus de Goiabeiras, Maruípe e São Mateus. Em Alegre, sul do Estado, o fornecimento das refeições foi temporariamente suspenso, por problemas com as empresas fornecedoras.

A Ufes alega que a previsão é regularizar o fornecimento de refeições por meio de produção própria “a partir de meados de maio”. De acordo com a universidade, o processo de transição para essa fase foi atrasado por dificuldades na contratação de empresas fornecedoras e prestadoras do serviço terceirizado. 

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