quinta-feira, novembro 21, 2024
24.4 C
Vitória
quinta-feira, novembro 21, 2024
quinta-feira, novembro 21, 2024

Leia Também:

Alunos retornam para escola de Anchieta, mas problemas continuam

Falta de infraestrutura fez com que pais e responsáveis adiassem volta às aulas deste ano

Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Genelice dos Reis Ramos Hermes, localizada no bairro Recanto do Sol, em Anchieta, no litoral sul do Estado, retornaram às salas de aula nessa segunda-feira (19). Pais e responsáveis receberam a informação de que seriam notificados pelo Conselho Tutelar, caso não encaminhassem as crianças para a escola. Entretanto, permanece a falta de infraestrutura que levou à recusa em liberar os estudantes para a unidade nas primeiras semanas do ano letivo

Porta de emergência improvisada na escola. Crédito: Divulgação

Segundo Lenimara Pereira, que é professora da unidade, mãe de um aluno e presidente da Associação de Moradores de Recanto do Sol, o Conselho Tutelar solicitou que a associação enviasse a relação dos nomes de todos os alunos, bem como de seus pais e responsáveis e o quantitativo de faltas – sete, no total. Também requereram informações sobre as datas exatas de todos os incidentes que já ocorreram na escola, como um vazamento de gás no ano passado.

A professora e líder comunitária relata ainda que representantes da gestão do prefeito Fabrício Petri (PSB) fizeram uma reunião com os pais e se comprometeram a fazer melhorias. Porém, pediram um prazo de 60 dias para apresentar um projeto. “Ou seja, obras mesmo, só a partir de junho. Continuamos na mesma situação”, lamenta.

A escola está sem melhorias há 16 anos, de acordo com Lenimara Pereira, mas a situação tem se agravado desde o ano passado. Entre os problemas elencados por ela estão a biblioteca, que acabou se tornando um depósito; os banheiros dos alunos, que têm apenas três sanitários; e a ausência de refeitório e espaço de lazer.

Divulgação

Na cozinha, não há armários para guardar os utensílios, deixando-os expostos à poeira. Ainda de acordo com a professora, o botijão de gás fica dentro da escola, próximo à parede de uma das salas. “Ano passado, tivemos dois acidentes: vazamento de gás e uma janela que estourou. Graças a Deus, ninguém ficou ferido”, denuncia.

Lenimara conta ainda que a escola possui apenas três salas de aula. Na turma do segundo ano, há 23 alunos, sendo dois da educação especial, mas não há como dividir a turma e atender a todos de forma adequada. A quadra, único espaço para atividades e lazer, fica molhada quando chove, o que representa risco para os estudantes.

Para minimizar os problemas, foi feita uma saída de emergência improvisada na escola. “Pedimos autorização às secretarias de Educação e de Infraestrutura para que o pai de um aluno colocasse uma porta, voluntariamente. As secretarias, então, preferiram mandar um pedreiro e um ajudante, mas nós demos todos os materiais. É um dos temores da comunidade, o fato de não ter outra opção de saída”, afirma Lenimara.

Todas as condições’

Apesar das denúncias e de um abaixo-assinado com mais de duzentas adesões, a Prefeitura de Anchieta negou maiores problemas na unidade escolar. Em nota para Século Diário, a gestão de Fabrício Petri afirmou que, “de acordo com a Secretaria de Educação, a escola municipal de Recanto do Sol têm todas as condições básicas de funcionar com suas atividades diárias. A unidade, que tem alvará do Corpo de Bombeiros para funcionamento, recebeu recentemente recursos para pequenos reparos. A escola possui espaços adequados para o funcionamento”.

Ainda de acordo com a nota, a “Secretaria de Educação, em conjunto com a de Infraestrutura, está trabalhando para elaborar um projeto mais amplo para atender a escola”. Entretanto, não foi informado nenhum prazo para a elaboração do projeto, e tampouco quais seriam as intervenções pretendidas a partir dele.

Século Diário também tentou contato com o Conselho Tutelar de Anchieta, mas não obteve retorno. 

Mais Lidas