Após percorrer as 74 escolas da região rural e urbana de Colatina, o Ministério Público Estadual (MPES) constatou irregularidades que vão desde a fiação elétrica precária a falhas pedagógicas que comprometem o desempenho dos alunos. A avaliação é resultado da inspeção realizada na última sexta-feira (17), que analisou, além das questões estruturais, aspectos pedagógicas e nutricionais das instituições.
Os problemas mais aparentes aos olhos dos promotores se referiam à parte de infraestrutura. Foram encontrados vasos sanitários interditados, muros destruídos, falta de manutenção na estrutura física e até nos acessórios de higiene utilizados nas cozinhas das escolas.
Os trabalhos contaram com a participação de integrantes do Conselho Tutelar, de acadêmicos das áreas de Engenharia, Nutrição e Pedagogia, além dos promotores de Justiça, que foram verificar de perto os problemas apontados por pais e alunos ao MPES.
Segundo o promotor da Vara de Saúde e Educação, Jonaci Silva Heredia, o objetivo é fazer um diagnóstico inédito na região para nortear a diálogo e as cobranças que deverão ser feitas às administrações estadual e municipal.
“No primeiro momento, vamos convidar a prefeitura e os diretores das escolas para tentarmos um acordo em relação às necessidades emergenciais. Se não for suficiente, iremos propor um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e se mesmo assim os problemas não forem solucionados, acionaremos a Justiça”, explicou o promotor.
De acordo com o promotor, no município há cerca de 1,2 mil crianças e adolescentes, em idade escolar, fora da sala de aula. O número corresponde a 4% do total de estudantes da cidade, cerca de 30 mil.
O diagnóstico é uma iniciativa do MPES através da promotoria de Saúde e Educação e da Infância e Juventude através do promotor Marcelo Ferraz Volpato. Juntos eles também implantaram um projeto que funciona há dois anos na região com o objetivo de coibir a violência, a evasão escolar e a alienação de menores nas portas das escolas.
Para Heredia, o diagnóstico motivará reformas e até a construção de escolas com o mínimo de qualidade exigida. “Teremos elementos concretos para o diálogo com a administração. Eles sempre acham uma saída para explicar as pontuações, então agora vamos por na mesa o que eles não poderão negar”, disse o promotor.
Além da análise feita pelos integrantes da equipe formada pelo MPES, os próprios alunos também tiveram a oportunidade de avaliar as condições da sua escola por meio de um questionário.