Por meio de nota, a Assopaes defende que “não é possível qualquer atividade presencial segura nas escolas nos meses de fevereiro e março de 2021”, havendo necessidade de atenção às alterações de gravidade da pandemia da Covid-19 “de tal forma que mudanças significativas sinalizem a todos nós mudança nas políticas, podendo ampliar medidas de segurança ou reduzir conforme o caso”.
Para a Associação, diversos fatores devem ser levados em consideração, como a afirmação da epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, de que Vitória atende somente a duas das sete condicionantes da Fiocruz para retorno das aulas presenciais; o fato de que pode demorar meses para que a comunidade escolar seja vacinada e o não comparecimento de grande parte dos estudantes às aulas presenciais quando a gestão de Renato Casagrande (PSB) implantou o sistema híbrido, no final de 2020.
A Assopaes também recomendou à gestão pública municipal que durante os meses de fevereiro e março sejam efetivados nas escolas condições tecnológicas que atendam futuras propostas de sistema hibrido; realização de formação on line de professores em tecnologia educacional; atendimento dos critérios dos protocolos de segurança do Estado e do Município; criação dos comitês de fiscalização dos protocolos de segurança por escola; ampliação da experiência do ensino remoto, buscando o envolvimento das famílias juntos com seus filhos; criação de programas de subsídio de equipamentos de tecnologia da educação para alunos e professores; criação de esforços e estratégias para o funcionamento semanal dos Conselhos de Escola de forma virtual, além do desenvolvimento de estratégias tecnológicas com recursos públicos para a participação de todos os segmentos da comunidade escolar.
O Comev também se manifestou por meio de nota, na qual se mostra favorável à necessidade de o Conselho avaliar, mensalmente, a possibilidade de retorno das aulas presenciais. Seu posicionamento contrário à decisão de adotar ensino híbrido, segundo o Comev, se dá por fatores como a nova variante do Coronavírus, a B117, que, segundo epidemiologistas, é mais transmissível. “Não podemos colocar a vida dos estudantes, dos profissionais que atuam nas unidades de ensino e das famílias que convivem direta e diariamente com essas pessoas, em risco”, diz o Conselho.
‘Do lado da vida, da ciência e do povo capixaba’
O Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) se posicionou nessa segunda-feira (25) contrário ao retorno das aulas presenciais enquanto não houver garantias de segurança à vida dos trabalhadores em educação e de toda a comunidade escolar, não se pronunciando especificamente sobre o anúncio feito pela prefeitura de Vitória, como aconteceu com a Assopaes.
“O Sindiupes entende que a proteção à vida e à saúde dos profissionais, estudantes e familiares somente se dará por meio da imunização, e para isso os governos precisam incluir os trabalhadores em educação nas etapas iniciais da Campanha de Vacinação, bem como garantir a imunização em massa da população”, diz o sindicato.
Para o Sindiupes o retorno às aulas presenciais no momento atual, no qual é registrado um aumento dos casos e de óbitos do Coronavírus no Estado e em todo o país, colocará em risco a vida de trabalhadores e alunos da rede pública de ensino. “Nesse sentido, os trabalhadores em educação reafirmam que estão do lado da vida, da ciência e do povo capixaba, e que desejam, sim, retornar às atividades presenciais, porém, é necessário garantir condições reais de segurança sanitária para que não tenhamos aqui o triste exemplo da capital amazonense, Manaus, que apostou na abertura das escolas e agora está numa profunda crise humanitária”.