Estão suspensas, tanto na rede pública quanto na privada de todo o Espírito Santo, as aulas presenciais na educação infantil, que abrange crianças de zero a cinco anos. A decisão foi divulgada neste domingo (14) pelos secretários estaduais de Saúde, Nésio Fernandes, e de Educação, Vitor de Angelo, e começa a vigorar nessa segunda-feira (15), com vigência por 21 dias, independente de mudanças na classificação de risco dos municípios.
As escolas terão até a próxima quarta-feira (17) para estabelecer atividades de suspensão e para que as famílias possam se preparar. Até terça-feira (16), serão divulgadas outras medidas restritivas, como a suspensão de cerimonias infantis e espaços lúdicos pelo mesmo período.
A suspensão das aulas presenciais, segundo Nésio, foi motivada pela ocupação superior a 90% dos leitos pediátricos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há duas semanas na rede pública de saúde, pelo aumento da pressão assistencial nas unidades pediátricas para menores de cinco anos e da circulação de outras síndromes respiratórias graves, comuns nesta época do ano.
“Previmos, ainda em dezembro passado, o aumento, a partir de março em diante, das doenças respiratórias. Elas estão competindo com outras doenças, pressionando a rede hospitalar”, apontou Nésio.
Na fase de aceleração da curva de doenças respiratórias pediátricas, como aponta o governo, competem infecções pelos vírus sincicial respiratório (VSR), influenza (FLU), Covid-19 (SARS-COV-2) e outras doenças infecciosas pediátricas, com a ocorrência de diversos surtos de VSR, atingindo 121 casos confirmados nas primeiras duas semanas deste mês.
Essa
infecção, informa a portaria que determina a suspensão das aulas, publicada neste domingo, exibe sintomatologia semelhante à da Covid-19, podendo ser facilmente confundida com a doença, e casos de coinfecção VSR/Covid já foram documentados pelo Laboratório Central do Estado, restando o impacto dessa coinfecção ser ainda avaliado.
A decisão, de acordo com Nésio, foi tomada conjuntamente pela Secretaria de Saúde (Sesa), Secretaria Estadual de Educação (Sedu), o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação do Espírito Santo (Undime) e o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe), com base em dados técnicos. Vitor ressaltou que o momento exige cautela e que a decisão é incontornável.
O secretário de Educação relatou ainda que, até a última sexta-feira (12), 42 alunos da rede estadual de ensino, de um total de 64,7 mil que têm comparido às aulas presenciais, ou seja, 0,06%, foram diagnosticados com Covid-19. Entre os professores que trabalham presencialmente, 31 foram testados positivo em um total de 12,6 mil, o que corresponde a 0,25%.
Nésio Fernandes informou também que, ao longo da semana que se inicia, novas medidas restritivas para que seja evitado o colapso da rede assistencial capixaba serão divulgadas, sendo construídas com base no que ele chama de “pacto pela vida”, pautado no diálogo social, com decisão hegemônica da sociedade. Uma dessas medidas, afirma, pode ser a decisão de fazer com que toda a Grande Vitória seja classificada como de alto risco se ao menos um município da região chegar a esse nível.