A Câmara de Santa Maria de Jetibá, região serrana do Estado, repudia a não abertura de matrículas no ensino noturno nas escolas estaduais do município no atual ano letivo. A condenação ao governo Paulo Hartung na área da educação no município foi aprovada com oito votos dos vereadores.
Cinco, porém, abandonaram os estudantes à própria sorte, ficando com o governo: Três votaram contra, e houve uma abstenção, além do presidente da Câmara, Adilson Espindula (PTB), que só vota em caso de empate, que afirmou ser contra a moção de repúdio.
A Câmara de Santa Maria de Jetibá discutiu o tema na noite desta segunda-feira (19), informou o professor Swami Cordeiro Bérgamo, que trabalha na comunidade local.
Ele registrou em mensagem nesta terça-feira (20) que a votação na Câmara Municipal expressa a indignação da população de Santa Maria de Jetibá com o governo estadual por este não ter aberto matrícula para o ensino médio regular noturno no município em 2018, como ficou acertado com a comunidade.
O placar
Os oito vereadores que votaram pelo repúdio à atitude do governo são: Arlindo Repke (PDT), Clóvis Braun (PMN), Florentino Lauvers (DEM), Hilário Boening (MDB), Joel Ponath (PSD), Rogério Gums (PV), Valdevino Manske (MDB) e Adair Lucht (DEM).
Três vereadores de Santa Maria de Jetibá votaram contra a moção de repúdio, se colocando ao lado do governo e contra os interesses da população. Votaram contra Álvaro Roberto Gonçalves (PSB), Jean Jaques Lauvers (PTB) e Nelson Miertschink (PR). Quem ficou em cima do muro, se abstendo, foi o vereador Elmar Francisco Thom (PSC). Ironicamente, os vereadores se dizem favoráveis aos estudantes.
Já o presidente da Casa, Adilson Espindula (PTB), que só vota em caso de empate, sem nenhuma cerimônia se declarou contra a moção, embora tenha proposto a formação de uma comitiva para se reunir com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e com o governador Paulo Hartung nesta semana.
História
As pessoas da comunidade formaram o Movimento em Defesa da Educação Pública de Santa Maria de Jetibá. Eles criticaram a decisão do governador Paulo Hartung em relação ao tema. “Não atende à determinação judicial e mantém a restrição de direitos. Até o momento, o governo não abriu as matrículas onde prometeu. Portanto, nossa luta deve continuar!”, afirmam em texto.
A comunidade vem sendo respaldada na sua luta pela reabertura do ensino médio noturno pelo promotor Helder Magevski de Amorim. A Promotoria do MPES foi acionada pelo professor Swami Cordeiro Bérgamo.
Em ação feita pela Promotoria, o juiz Marcelo Soares Gomes nomeia as escolas estaduais que terão de reabir o ensino médio noturno: EEEFM Graça Aranha, EEEFM São Luis (ambas na sede deste município), EEEFM Frederico Boldt (localizada em Caramuru), EEEFM Alto Possmoser e EEEM Francisco Guilherme (localizada em Garrafão). Também determina que o governo disponibilize o aparato necessário para a realização das aulas, sob pena de multa no valor de R$ 50 mil.