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Coletivo faz ato em memória de professores mortos pela Covid no Estado

Grupo reforçou defesa de que as aulas presenciais devem retornar somente com vacinação da comunidade escolar

O Coletivo Educação Pela Base fez um ato em frente à Secretaria Estadual de Educação (Sedu) nesta quinta-feira (29), em memória aos trabalhadores da educação mortos pela Covid-19 no Espírito Santo. A manifestação também teve como objetivo reforçar a defesa do retorno das aulas presenciais somente com vacinação de toda a comunidade escolar, além de denunciar a desvalorização dos profissionais da educação por parte dos governos Bolsonaro (sem partido) e Casagrande (PSB).

Divulgação

Durante o ato, um memorial com fotos de trabalhadores vítimas da Covid-19 foi colocado na porta da Sedu e bonecos foram empilhados, simbolizando corpos. De acordo com a professora e integrante do Coletivo Educação Pela Base, Ana Paula Rocha, foram contabilizadas 47 pessoas, de maneira informal, pois não há registro oficial, o que também é criticado pelo Coletivo. Ela aponta que falta transparência, apontando como correto que a gestão estadual divulgue permanentemente dados como o número de óbitos, testes realizados, casos confirmados e procedimentos adotados nas escolas ao detectar a doença.

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Nessa segunda-feira (26), o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, informou que as aulas presenciais podem retornar no mês de maio na maioria dos municípios capixabas. A afirmação considera a possibilidade de a Taxa de Transmissão (RT) chegar a um ou até menos, além de a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vir a ser inferior a 80%. Esses índices possibilitaram mudança na classificação de risco das cidades, fazendo com que muitas delas passem a ser de risco baixo ou moderado, permitindo, segundo Nésio, o retorno presencial.

Ana Paula relata que o sentimento da categoria é de “medo e revolta diante da possibilidade de retorno presencial”. De acordo com ela, o protocolo do Governo do Estado é impossível de ser aplicado nas escolas por motivos como a falta de infraestrutura. “Tem escola que não tem banheiro. Quando estava tendo aulas presenciais, distribuíram máscaras de pano, sendo que o recomendado, neste momento, é a PFF2”.

A integrante do Educação Pela Base relata, ainda, que o próprio Governo do Estado não respeita os protocolos. Ana Paula recorda que o protocolo estabelece que, em caso de pelo menos duas contaminações no ambiente escolar, a unidade de ensino deve ser fechada temporariamente, norma que não está sendo cumprida. Ela ressalta também que foi estabelecido que em municípios em risco moderado não haveria aulas presenciais, mas a regra foi mudada no ano passado.
A profissional da educação também faz críticas à maneira como é conduzido o processo de vacinação dos docentes. “A vacinação está sendo feita a conta-gotas, a partir da reserva técnica, destinada também para os profissionais da segurança. A imunização vai demorar, não há possibilidade nenhuma de retorno presencial. A gente se sente exposto à morte”, protestou.

Ana Paula também denuncia que “nossa direção sindical é omissa e conivente”, dizendo que “há tempos estamos pedindo assembleia para debater formas coletivas para enfrentar a situação”, referindo-se à atuação do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes).

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