O Diretório Central dos Estudantes (DCE), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) e o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal (Sintufes) realizarão, na próxima sexta-feira (5), uma plenária virtual para debater a proposta de criação de uma universidade federal no sul do Estado, a partir da fragmentação do campus de Alegre. As entidades também reafirmarão, a agentes públicos, sua posição contrária à iniciativa, como já fizeram por meio de notas de repúdio.
Foram convidados para o debate a bancada capixaba do Congresso Nacional, além da Administração Central da Ufes; a diretora do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias (CCAE), Louisiane Carvalho Nunes; a diretora do Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS), Taís Cristina Soares; o diretor do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), Luiz Antonio Favero Filho; e da vice-diretora desse mesmo centro, Ana Beatriz Neves Brito.
Segundo o coordenador geral do DCE, Hilquias Crispim, a direção do Ceunes foi convidada devido à proposta de fragmentação desse centro, que fica em São Mateus, norte do Estado. O Projeto de Lei 1964/2021, do deputado federal Neucimar Fraga (PSD), cria a Universidade Federal de São Mateus (UFSM), mas ainda não avançou como o de Alegre. A proposta de fragmentação no sul é do mesmo parlamentar – PL 1963/2021 – e busca a criação da Universidade Federal de Alegre (UFA). A ela, foi apensado o PL 2.048/2021, do deputado federal Evair de Melo (PP), com o mesmo objetivo, mas denominando a instituição de ensino a ser criada como Universidade Federal do Vale do Itapemirim (UFVI).
Hilquias afirma que será realizado “o debate que o governo federal não tem feito”. O estudante classifica a proposta de fragmentação como “um autoritarismo, uma tentativa de intervir na Ufes, dividindo a universidade sem destinar nenhum novo recurso”. Para Hilquias, “é somente para dividir e dizer que fez algo”.
Ele também pontou, na ocasião, que seriam contatados pela universidade agentes políticos, como Casagrande e o presidente da Assembleia Legislativa, Erik Musso (Republicanos), além de representantes da sociedade civil.
Em audiência com representantes da instituição de ensino, o governador se propôs a viabilizar uma interlocução com o Ministério da Educação para possibilitar o diálogo e a exposição das preocupações dos dirigentes da Ufes.
O DCE, o Sintufes e Adufes se posicionaram contra a fragmentação após a circulação de um vídeo, no início do mês, no qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-senador Magno Malta (PL) anunciam a proposta de emancipação do campus. O vídeo também motivou que o Conselho Universitário se posicionasse, destacando sua crença no fato de que a ação não somente impacta o futuro da Ufes, mas também pode resultar na criação de uma universidade sem condições de sustentabilidade.
O link para participação na plenária será divulgado nas redes sociais que fazem parte do Diretório Central dos Estudantes. A atividade também será transmitida nesses mesmos canais.