A comunidade de Montanha, norte do Estado, discutirá o que e como fazer para impedir a criação de uma escola militar no município. A criação da escola ainda este ano foi anunciada pela prefeita Iracy Baltar (DEM).
Um dos primeiros passos para reagir à criação da escola será dado na semana que vem pela coordenação local do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), segundo informou nesta segunda-feira (8) uma das coordenadoras do movimento, Soraya Reis.
Na sequencia, o MPA convidara outros setores comprometidos com a educação e com a democracia no município, com a Igreja Católica, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o sindicato dos trabalhadores rurais, além das associações de moradores.
As discussões que foram realizadas até agora foram conduzidas pela prefeitura, e do seu modo, relata a dirigente do MPA. A ampliação do debate a partir de agora mobilizará amplos setores socais comprometidos com a democracia e a educação.
“A escola militar chega de surpresa. Não aceitamos que o espaço educacional seja utilizado para militarização que conduza o país a um novo golpe, com o de 1964”, afirma Soraya Reis.
Para os jovens do município, no Estado e país, a educação que se deseja é a voltada para a democracia, com respeito aos direitos humanos e, ao mesmo tempo, que prepare os jovens para a vida e para o exercício das profissões que escolherem.
“No caso dos jovens do campo, queremos uma escola que forme os jovens para permanecerem em suas raízes. A escola que está sendo anunciada não nos interessa”, diz Soraya Reis.
A criação da escola militar em Montanha exigirá a transformação da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEF) Domingos Martins em Escola Militar Municipal. O projeto visaria valorizar a moral e o civismo entre os alunos.
A proposta já foi criticada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e também pela direção estadual do Psol no Espirito Santo. O Psol argumenta que a militarização de escola em Montanha afronta a Constituição Federal.