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Comunidade escolar realiza protesto contra fechamento da Escola Paes Barreto

Ato nesta segunda-feira também marcará insatisfação em relação à transferência de local do CAP e NAAH/S

Está marcada para esta segunda (14), às 16h, uma manifestação contra o fechamento da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Desembargador Carlos Xavier Paes Barreto, na Praia do Suá, em Vitória. O ato, organizado pela comunidade escolar, terá concentração na própria unidade de ensino. Depois, eles irão para a porta da Secretaria Estadual de Educação (Sedu).

Estudantes, professores e pais de alunos são contrários ao fechamento da escola, do Centro de Apoio para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) e o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) em 2021 devido a uma obra que terá início em 2022. 

O Governo Renato Casagrande alega que é necessário demolir a escola, pois ela está com a estrutura ameaçada, para construir um novo prédio. Também foi anunciada a transferência do CAP e do NAAH/S, que atualmente funcionam no Paes Barreto, para a Escola Oral Auditiva, localizada no Tancredão, na Ilha do Príncipe. A reivindicação da comunidade escolar é que seja feita uma estrutura no terreno do próprio colégio, evitando que os alunos e professores sejam encaminhados para outras escolas e que o CAP e NAAH/S continue mesmo local, considerado de fácil acesso para as pessoas atendidas. 

Segundo a professora Adriane Nascimento Nunes, que atua no NAAH/S, além da transferência, o Governo do Estado anunciou que a equipe do Núcleo será dispensada, não haverá atendimento, e serão mantidos dois funcionários para pensar uma nova política, que ainda não foi planejada. Adriane explica que o NAAH/S faz atendimento especializado para estudantes com altas habilidades/superdotação, oferecendo serviços de enriquecimento curricular. 
“Nosso público é principalmente alunos de escolas estaduais. Apesar do talento, elas estão em situação de vulnerabilidade e o único ambiente de formação intelectual e desenvolvimento criativo é a escola. As famílias são de baixa renda e no NAAH/S elas têm possibilidade de potencialização, abertura de horizontes” diz Adriane, que destaca que os profissionais dispensados terão dificuldade de encontrar emprego em 2021, pois tanto o Governo do Estado quanto os municípios da Grande Vitória renovaram os contratam dos docentes em Designação Temporária (DTs), portanto, não haverá processo seletivo. 
Para o deputado estadual Sérgio Majeski (PSB), o anúncio da transferência do CAP e do NAAH/S, feito dias depois da informação de que a escola fecharia para reforma, somente reforça a desconfiança de que o Paes Barreto não terá suas atividades retomadas. “Os anúncios foram feitos propositalmente no fim do ano, época de recesso no Ministério Público, no Judiciário, em outros órgãos, para dificultar a mobilização”, critica.
A distribuição dos alunos para outras escolas geraria problemas. Um deles seria a evasão escolar. De acordo com Majeski, muitos alunos da Paes Barreto são de localidades como Jesus de Nazareth, Jaburuna, Morro da Garrafa, Itararé e Consolação, bairros no quais há rivalidade com outras comunidades, impossibilitando que as pessoas transitem de uma região para outra. Portanto, afirma o deputado, dependendo da escola para a qual o aluno for destinado, ele não poderá dar prosseguimento aos estudos.

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