Até o encerramento das aulas de 2013, o transporte era fluvial, interligando as várias regiões da aldeia, instalada em uma península e em cujas ruas de areia é praticamente impossível o tráfego de ônibus motorizados.
Com o passar do tempo, algumas famílias tiveram que se mudar para a Aldeia Córrego do Ouro, mais próxima de outras escolas Tupinikim. Das que ficaram, quase 30 estão praticamente evadidos da escola, devido à ausência do transporte escolar.
Outras 14 fazem o trajeto a pé, mas chegam cansadas e desmotivadas, conta o cacique Toninho. E há ainda um grupo de aproximadamente dez crianças atendidas por um projeto educacional em um espaço improvisado, cedido pela avó de um aluno que estava sem estudar devido à impossibilidade de chegar à escola.
Desde 2014, a Emefi já enviou inúmeros requerimentos ao município, atualmente sob gestão do prefeito Jones Cavaglieri (SD), cobrando uma solução. Em 2018, o último ofício foi protocolado em janeiro, ocorrendo uma reunião em maio com a Secretaria de Educação, sob gestão da secretária Ilza Rodrigues Realli.
O cacique conta que foi feita uma visita ao projeto, seguida de duas promessas: reformar o espaço e retomar o processo de licitação do transporte escolar. “As famílias querem que as crianças frequentem a escola, é o direito delas”, afirma.
Sobre a reativação do transporte, o anúncio também não atende à comunidade. “Eles alegaram que só duas empresas entraram na última licitação, mas eles precisam de três concorrentes”, diz, reclamando falta de iniciativa para encontrar uma solução definitiva e urgente, como, por exemplo, investir na adequação dos barcos existentes na comunidade, que sempre prestaram o serviço, para que atendam à legislação e possam transportar os alunos em segurança.