O resultado foi que o secretário de Direitos Humanos foi enviado na manhã desta terça-feira (22) para conversar com os estudantes. Segundo Jonas Lube, um dos ocupantes, Pompeu alegou que o secretário de Educação está irredutível quanto ao uso do banheiro e chuveiro pelos estudantes, mas que iria levar a demanda a Haroldo.
No momento em que acontecia a conversa, no entanto, a Polícia Militar quebrou o cadeado e entrou no pátio da secretaria. Ainda assim, os estudantes continuam com a ocupação, aguardando resposta sobre o uso do banheiro e chuveiro.
A Sedu foi ocupada na última quinta-feira (17) por estudantes que protestam contra Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016, a PEC do Teto dos Gastos; a Medida Provisória (MP) 746/2016, conhecida como a reforma do ensino médio; e outras medidas que representam a retirada de direitos. Os secundaristas também cobram do governo eleição direta para diretor das escolas e a criação de uma universidade estadual.
Na madrugada de sexta-feira (18) para sábado (19), depois de tentativas frustradas de negociação com o governo sobre a pauta dos estudantes, eles decidiram permanecer nas barracas no gramado da Sedu até serem atendidos pelo secretário de Educação. No entanto, as fortes chuvas e o vento gelado deixaram os estudantes desprotegidos.
Segundo nota pública divulgada pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos no Estado (MNDH-ES), militantes de direitos humanos tentaram entrar em contato com o secretário de Direitos Humanos, para que houvesse permissão de abrigo temporário na recepção da Sedu, mas não conseguiram falar com ele.
Como a chuva e vento frio continuavam, os secundaristas decidiram se abrigar no prédio da Sedu, por meio de uma janela aberta. No entanto, o Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar foi acionado e obrigou os estudantes a saírem do prédio e voltarem para a chuva. O resultado da ação truculenta foi que alguns desses estudantes apresentaram quadro de hipotermia e cinco deles foram hospitalizados.
Na noite desta segunda-feira foi realizada uma vigília em frente à secretaria em solidariedade aos estudantes, promovida pela Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória (CJP/Aves) e pelo MNDH. Mais de cem pessoas participaram do ato público.
Segundo Jonas, a vigília fortaleceu os secundaristas, que devem permanecer mobilizados em busca de diálogo com a Sedu.