Adufes aponta que normativa é uma das mais importantes dos 69 anos da universidade
A Reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) deu prazo de 30 dias para os Centros de Ensino contribuírem com a minuta de resolução que trata das cotas para concurso de professor. A iniciativa, no entanto, não é encarada como uma vitória pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes). “Vitória das entidades e dos movimentos seria participar efetivamente da construção”, aponta a presidente da entidade, Junia Zaidan.
A dirigente sindical acredita que a forma como a Administração Central conduz a questão “vai remediar uma condução unilateral”, e questiona: “será que vai remediar a contento? Estamos falando de uma das normativas mais importantes dos 69 anos da universidade”. O prazo de 30 dias, acredita, é pequeno para se debater a proposta, uma vez que as direções dos centros terão que encaminhar para todos departamentos, que por sua vez, terão que se reunir para discutir essa e outras questões.
O objetivo final é chegar, em um futuro próximo, a um quadro docente total que tenha 20% de professores negros. Para isso, outro levantamento fundamental é o número atual de educadores com essa classificação. E, para isso, ressalva Jacyara, “esbarramos na falta de letramento racial”. Muito comum, expõe, é pessoas não negras se autodeclararem erroneamente como pardas. “Pessoas pardas são pessoas negras que tem conjunto de características fenotípicas do povo negro, porém, têm a pele menos retinta. Não são filhos de pretos com fenótipo branco. É outra coisa que a universidade precisa ver também. Qual é o nosso déficit. Grande parte dos professores não tem letramento racial”.
A mobilização continua até que a reparação plena dos nove anos de irregularidades seja compensada. “Não é educativo, não é pedagógico que a universidade descumpra a lei e não faça a reparação. É dizer para os estudantes e a sociedade que a lei precisa sim ser cumprida”, afirma a vice-presidente da Adufes
Departamento da Ufes vai rediscutir cessão de vaga de literaturas africanas
‘Na Ufes, negro pode ser até técnico, professor não’
https://www.seculodiario.com.br/cidades/na-ufes-negro-pode-ser-ate-tecnico-professor-nao