Estudantes da escola Hilda Miranda, na Serra, questionam retirada de Química e Física da grande curricular
Estudantes do terceiro ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Hilda Miranda, em Porto Canoa, na Serra, coletam assinaturas em um abaixo-assinado a ser entregue para a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), no qual reivindicam a reinserção das disciplinas de Física e Química na grade curricular. A retirada das matérias, de acordo com eles, impõe prejuízos ao conteúdo necessário para um bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“O Enem é essencial para ingressar no ensino superior. Com a retirada desse conteúdo, percebe-se que educação é um direito básico que está nos sendo negado”, diz uma das alunas, Jéssica Ferreira.
A jovem cursa o terceiro ano do curso técnico de Manutenção de Suporte em Informática, junto com Renan Portela, que repete as críticas à retirada das disciplinas. Também foram excluídas Sociologia e Filosofia, mas os estudantes acreditam que o mais prejudicial para o Enem é a não oferta de Física e Química.
Ao procurarem professores e diretores da escola para tratar do assunto, os estudantes relatam que foram informados de que a retirada das disciplinas faz parte da reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017.
Renan recorda que os estudantes não tiveram opção diante da entrada do curso técnico, pois o ensino médio regular estava sendo oferecido no Hilda Miranda no turno matutino, no qual muitos alunos não poderiam estudar devido ao horário do estágio.
Outra queixa dos alunos é de que, ao ingressar no segundo ano, tiveram que fazer dois anos de curso técnico em um, já que no primeiro o conteúdo foi do ensino médio regular.
Ele destaca que na Portaria 150-R, que trata das organizações curriculares em 2021, é estabelecido, no artigo 28, § 4, que nas unidades escolares que ofertam as 2ª e 3ª séries dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, será mantida a organização curricular vigente.
O professor acredita que essa atitude é mais um atentado à gestão democrática nos estabelecimentos de ensino, assim como o retorno das aulas no sistema híbrido e a inserção de novas matérias sem formação para os docentes que as irão lecionar.