Fórum acredita que boa parte dos 15% de estudantes não encontrados pela Sedu está entre Jovens e Adultos
Um estudo feito pelo Fórum de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Espírito Santo com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2018 indica que deve estar na EJA a maior parte do universo de 15% dos estudantes que a Secretaria de Estado de Educação (Sedu) afirma não ter conseguido contatar ao longo desses primeiros quatro meses e meio do Programa EscoLAR.
“São aqueles jovens que acumularam várias reprovações, que já ficaram fora da escola por muitos motivos há muito tempo e são jogados para o EJA”, afirma o professor e membro do Fórum EJA/ES, Lucillo de Souza Junior. “Eles estão realmente alijados do acesso à internet e à televisão aberta com sinal digital. Conseguimos encontrar informações que mostram isso”, relata. “Quando o Estado fala em abandonar essas pessoas, é um crime que ele está cometendo”, repudia.
As escolas já sabiam disso desde o início da pandemia do coronavírus, expõe Lucillo, e, no entanto, não houve qualquer ação por parte da Sedu para fazer a inclusão digital desse público tão significativo. “A nossa percepção é que se abriu uma porta para o fim da EJA. Até o final do ano vai dar baixa em várias matrículas. Menos turmas e menos escolas ofertando EJA na rede estadual, menos professores contratados. Estamos diante de uma situação que parece que o Estado está criando de propósito. Parece que é intencional acabar com a Educação de Jovens e Adultos. Nos surpreende ser o governo Renato Casagrande a fazer isso”, critica o educador.