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Entidades estudantis questionam nova data do Enem anunciada pelo governo federal

Movimentos capixabas e nacionais conseguiram adiamento, mas governo ignorou resultado de enquete que ele mesmo criou

Apesar de indicar que a data seria marcada de acordo com uma consulta via enquete com os inscritos para o exame, o Governo Federal ignorou a opção escolhida pela maioria e marcou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova fundamental para o acesso ao ensino superior, para os dias 17 e 24 de janeiro do ano que vem.

Diversas entidades estudantis do Espírito Santo se mobilizaram junto a movimentos nacionais em favor da data da prova ser adiada para maio de 2021, opção que venceu com praticamente metade dos votos realizados por estudantes de todo país (49,7%). Em segundo ficou a opção de janeiro (35,3%) e, por último, dezembro de 2020 (15%).

Entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) publicaram uma carta conjunta questionando a decisão.

A princípio, o Governo Federal se manifestou diversas vezes por manter a data prevista para o exame, apesar dos impactos do coronavírus. A pressão estudantil, com mobilizações pelas redes sociais, foi fundamental para que o governo aceitasse a ideia de adiar, propondo a consulta online com novas datas para mais 30, 60 ou 180 dias.

“As entidades pregam que o Enem permaneça adiado até que se tenha de fato uma retomada da ‘normalidade’ das aulas e que uma decisão de impacto direto aos estudantes fosse discutida com as entidades estudantis representativas”, afirma Iago Alves, vice presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).

As entidades apontavam que muitos estudantes do país não possuem acesso à internet durante a pandemia e estariam impossibilitados de participar da votação online para escolher a data. O Enem 2020 teve 5,8 milhões de inscrições confirmadas, o menor número nos últimos 10 anos. Destes, cerca de 1,3 milhão de participantes votou na enquete, que não era obrigatória.

Apesar de questionar a realização da enquete sem que haja um panorama sobre o controle da pandemia e o retorno às aulas presenciais, a maioria das entidades e movimentos sociais defendeu o voto para maio. Iago lembra que tanto o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, com o então ministro da Educação Abraham Weintraub, deram a entender que o resultado da enquete determinaria a data da prova. “E fomos surpreendidos com o anúncio de uma data fora do ofertado, não levando a decisão democrática dos poucos que tiveram acesso, em consideração”, aponta Iago.

A carta, assinada também por entidades do Espírito Santo, como o Cursinho Popular Risoflora, apontou que o movimento vai seguir a luta e recorrer nas instâncias cabíveis para a formação de uma Comissão de Crise para discutir novas datas, envolvendo reitores, secretários de educação, estudantes, professores e especialistas em educação e saúde.

Para além da questão da data do Enem, a carta pontuou a aflição dos estudantes brasileiros, já que o Ministério da Educação permanece sem ministro. “Para que possamos superar a pandemia causada pelo novo coronavírus, a educação precisa estar no debate central. É dela que saem as pesquisas e é por meio dela que transformamos vidas. Estamos falando sobre o futuro de milhões de jovens e, por isso, é preciso ter responsabilidade!”, concluíram as entidades.


Mobilização estudantil foi principal pressão para adiamento do Enem

Diretor da UNE, Raphael Reis considera que nova data deve estar vinculada a fim do ano letivo e critica programa EscoLAR


https://www.seculodiario.com.br/educacao/mobilizacao-estudantil-foi-principal-pressao-para-adiamento-do-enem

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