“Educação é prioridade e vacinação dos educadores também deve ser”, defendem políticos, ativistas e pesquisadores
O Espírito Santo está na contramão da campanha nacional “Profissionais da Educação: Vacina Já!”, capitaneada pelos deputados federais Idilvan Alencar (PDT/CE) e Professora Dorinha Seabra (DEM/TO), que defendem a vacinação desses trabalhadores contra a Covid-19 como prioridade para a reabertura segura das escolas do país.
Em solo capixaba, apesar de afirmações feitas pelo secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, e do presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-ES), Vilmar Lugão, de que estão se esforçando implementar a pauta no Plano Nacional de Imunização, sem sucesso, a decisão anunciada na última terça-feira (26) foi pelo retorno presencial ou híbrido em todas as escolas públicas entre três de fevereiro e primeiro de março, independentemente do sucesso ou não das alegadas tentativas dos dois gestores.
No lançamento virtual da campanha, no último dia 14, no canal do deputado Idilvan no YouTube, a ativista Priscila Cruz, presidente-executiva da ONG Todos Pela Educação, arriscou uma síntese da discussão empreendida pelos convidados, entre parlamentares, governadores, trabalhadores e gestores estaduais e municipais da Educação de diversos estados: “É muito fácil falar da boca pra fora que Educação é prioridade, mas a prioridade se transforma em realidade quando a gente por exemplo tem uma decisão de priorizar a vacinação dos professores. Vamos colocar essa prioridade, tirar da boca e colocar na ação, vamos dar prioridade para os professores. A gente não está apenas vacinando professores, a gente está cuidando dos profissionais da Educação, acelerando a abertura das escolas, acelerando o cuidado a esses alunos, principalmente dos mais pobres que estão sendo mais afetados”.
A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, é favorável à iniciativa da campanha, que tem apoio de entidades como o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), e o movimento Todos Pela Educação. Ela contesta a decisão de retorno presencial sem vacinação. Ethel lembra que, embora haja possibilidade de os pais optarem pelo não comparecimento dos filhos à escola, podendo assistir as aulas de forma remota, existe o risco para os profissionais da educação.