A quantidade de alimento – que é pouca, considerando que a escola rural tem dez alunos e a remessa vale para dez dias – não foi razão do estranhamento, já que ela já havia sido reduzida, mas a forma como a alimentação foi entregue.
Os alimentos, que deveram estar embalados, com data de fabricação, origem e validade, foram entregues em sacolas plásticas sem qualquer identificação de procedência. Os alimentos, como grãos, farinhas, arroz e feijão, foram entregues em sacos amarrados, com as quantidades descritas na comanda de atendimento.
Os professores e pais de alunos estranharam a forma como os alimentos chegaram à escola. Eles alertam que, sem a indicação de procedência, não é possível garantir a qualidade dos alimentos servidos aos alunos.
Educação no campo
Movimentos de camponeses, sem-terras, indígenas e quilombolas sempre apontam para a necessidade de um ensino de qualidade voltado para a realidade dos moradores das zonas rurais.
Em contrapartida, escolas e turmas têm sido fechadas. Entre os anos de 2007 e 2015, foram fechadas 544 escolas do campo, entre estaduais e municipais.
As entidades que compõem o Comitê Estadual de Educação do Campo apontam que houve um retrocesso no setor desde o início do atual mandato e atribuem a responsabilidade ao governador Paulo Hartung, por não priorizar a educação.
Com a justificativa de corte de gastos, a atual gestão reduziu a contratação de professores para este ano e tentou extinguir a gerência da educação no campo. A Secretaria de Estado de Educação (Sedu) também fez pressão para fechar as escolas que têm poucos alunos e, em alguns municípios, quis fundir turmas de séries diferentes.