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Estudantes bolsistas da Ufes esperam solução negociada para ocupação da Reitoria

Os estudantes bolsistas da Universidade Federal do Estado (Ufes), que ocupam o prédio da Reitoria desde a última sexta-feira (4), permanecem mobilizados no local mesmo com a ameaça de uma reintegração de posse por parte da universidade. Os estudantes querem uma saída negociada do prédio, mas encontram resistência por parte do reitor, Reinaldo Centoducatte, que insiste na reintegração de posse.

Ainda na tarde desta quarta-feira (9), os estudantes realizam uma assembleia para avaliação do movimento e, às 18h30 será realizado um evento cultural.

Os bolsistas, inclusive, prepararam um documento com as reivindicações que querem negociar e enviaram por e-mail e há uma comissão montada para a negociação. Uma das alegações da instituição para a reintegração de posse é que é necessário fazer os empenhos para os pagamentos até esta sexta-feira (11). No entanto, os estudantes não ocuparam o Departamento de Contabilidade e Finanças (DCF) da instituição, justamente para que o trabalho dos servidores não fosse prejudicado, mas foi decisão da própria universidade suspender os trabalhos nos dias de ocupação.

Os estudantes bolsistas alegam que as notas divulgadas pela Reitoria criminalizam a ocupação, atribuindo a culpa do não pagamento das bolsas aos ocupantes. No entanto, as bolsas, que a Ufes alegava não conseguir pagar enquanto perdurasse a ocupação, foram pagas, demonstrando que é possível realizar os demais pagamentos.

Na tarde desta quarta-feira, foi divulgada uma nota de apoio assinada por 27 entidades e colegiados representativos de estudantes. A nota ressalta que a comunidade acadêmica vivencia diretamente as consequências dos cortes de verbas, expressas nos atrasos dos pagamentos das bolsas e dos auxílios.

As entidades apontam que grande parte dos bolsistas depende do valor do auxílio e da bolsa para se manterem, por isso, a não garantia do subsídio resulta, em muitos casos, na evasão do aluno da Ufes.

Na manhã desta quarta-feira foram depositados para os estudantes os montantes referentes aos auxílios da assistência estudantil (moradia, transporte, material de consumo) e das bolsas administrativas (PAD). No entanto, as bolsas da Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) e Programa Institucional de Iniciação Científica (PIIC) permanecem em atraso.

Reivindicações

Os estudantes pedem a comprovação, por meio de um documento, que apresente a perspectiva do pagamento imediato de todos os auxílios da assistência estudantil e das bolsas que estão atrasadas; uma reunião conjunta com a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) e a Reitoria para garantir a prorrogação do prazo de recarga do passe escolar por pelo menos uma semana após o pagamento do auxílio, além de garantir a possibilidade da recarga do passe escolar no período do recesso escolar e a manutenção de funcionamento do cartão de gratuidade; e que o  auxílio material e transporte sejam garantidos nos 12 meses do ano.

Além disso, os estudantes também pleiteiam que a Reitoria viabilize a realização de um seminário para formular uma resolução que estabeleça a contratação dos bolsistas do Programa de Aperfeiçoamento Didático (PAD) com a Ufes, que será construído por uma comissão indicada em Conselho de Entidades de Base (CEB) e que tenha participação da administração central; e ainda que a Reitoria se comprometa documentalmente com a elaboração de um calendário de pagamento dos bolsistas PAD com divulgação num prazo que vença na primeira semana do semestre 2016/1.

A pauta de reivindicações dos estudantes tem 12 pontos que também contemplam a proposta de moradia estudantil, aviso prévio em caso de atraso no pagamento das bolsas, não criminalização dos estudantes que participam da ocupação, criação de um grupo de trabalho para auditoria nas contas da universidade, garantia de férias para bolsistas PAD com duração de 30 dias durante o recesso, comprometimento da Reitoria em dar prosseguimento à tramitação de proposta acerca do Programa de Transição das bolsas PAD para bolsas de iniciação científica, e que o Restaurante Universitário (RU) permaneça aberto durante as férias, servindo café da manhã, almoço e jantar.

Desde o início do ano os estudantes têm se mobilizado por meio de atos públicos, greves de bolsistas e ocupações de Reitoria, lutando contra os ajustes que culminam nos atrasos de bolsas, falta de ônibus para os encontros, atraso nos salários dos trabalhadores tercerizados, abuso da vigilância patrimonial, falta de iluminação e ambientes seguros nos campi, além da constante criminalização dos espaços de vivência promovidos pelos estudantes dentro da universidade.

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