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Estudantes bolsistas da Ufes se reúnem com a vice-reitora

Os estudantes bolsistas que ocupavam o prédio da Reitoria da Ufes desde a última sexta-feira (4) estão reunidos na tarde desta sexta-feira (11) com a vice-reitora da universidade, Ethel Maciel, para discutir as reivindicações dos estudantes.

Na tarde desta quinta-feira (10), os estudantes deliberaram pela desocupação para que ocorresse uma reunião com uma comissão de negociação, mesmo sem a presença do reitor Reinaldo Centroducatte. Os ocupantes consideraram que a ocupação já havia trazido vitórias (recebimento de bolsas e auxílios, prorrogação da recarga de passe escolar para bolsistas PAD e beneficiários da assistência estudantil) e quiseram sinalizar para a Reitoria que queria a resolução do conflito de maneira negociada.

Enquanto desocupavam a Reitoria, uma comissão foi para a mesa de negociações, enquanto outro grupo acompanhou a vistoria da prefeitura universitária ao prédio, que constatou que não houve qualquer tipo de dano ao patrimônio público.

No entanto, a comissão enviada pela Ufes não tinha qualquer poder de negociação, o que foi considerado como uma desculpa para fazer com que os estudantes desocupassem a Reitoria. Por isso, os estudantes decidiram voltar a ocupar o prédio da Administração Central da universidade, mantendo a comissão para negociar com a instituição.

Diante do retorno dos bolsistas ao edifício, a vice-reitora se comprometeu em reunir com os ocupantes às 10 horas desta sexta-feira, mas só chegou para a reunião por volta das 12 horas. Enquanto acontece a negociação, os estudantes permanecem em vigília no pátio central do prédio.

Para que a reunião acontecesse, foi exigido que os estudantes liberassem o  funcionamento de todos os setores do prédio, o que já foi feito desde as 8h desta sexta-feira, porém nenhum dos setores está funcionando, segundo os estudantes, por decisão da própria Reitoria. Até o fechamento desta matéria a reunião dos estudantes com a vice-reitora, Ethel Maciel, ainda não tinha terminado.

Reivindicações

Os estudantes pedem a comprovação, por meio de um documento, que apresente a perspectiva do pagamento imediato de todos os auxílios da assistência estudantil e das bolsas que estão atrasadas; uma reunião conjunta com a Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) e a Reitoria para garantir a prorrogação do prazo de recarga do passe escolar por pelo menos uma semana após o pagamento do auxílio, além de garantir a possibilidade da recarga do passe escolar no período do recesso escolar e a manutenção de funcionamento do cartão de gratuidade; e que o  auxílio material e transporte sejam garantidos nos 12 meses do ano.

Além disso, os estudantes também pleiteiam que a Reitoria viabilize a realização de um seminário para formular uma resolução que estabeleça a contratação dos bolsistas do Programa de Aperfeiçoamento Didático (PAD) com a Ufes, que será construído por uma comissão indicada em Conselho de Entidades de Base (CEB) e que tenha participação da administração central; e ainda que a Reitoria se comprometa documentalmente com a elaboração de um calendário de pagamento dos bolsistas PAD com divulgação num prazo que vença na primeira semana do semestre 2016/1.

A pauta de reivindicações dos estudantes tem 12 pontos que também contemplam a proposta de moradia estudantil, aviso prévio em caso de atraso no pagamento das bolsas, não criminalização dos estudantes que participam da ocupação, criação de um grupo de trabalho para auditoria nas contas da universidade, garantia de férias para bolsistas PAD com duração de 30 dias durante o recesso, comprometimento da Reitoria em dar prosseguimento à tramitação de proposta acerca do Programa de Transição das bolsas PAD para bolsas de iniciação científica, e que o Restaurante Universitário (RU) permaneça aberto durante as férias, servindo café da manhã, almoço e jantar.

Desde o início do ano os estudantes têm se mobilizado por meio de atos públicos, greves de bolsistas e ocupações de Reitoria, lutando contra os ajustes que culminam nos atrasos de bolsas, falta de ônibus para os encontros, atraso nos salários dos trabalhadores tercerizados, abuso da vigilância patrimonial, falta de iluminação e ambientes seguros nos campi, além da constante criminalização dos espaços de vivência promovidos pelos estudantes dentro da universidade.

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