Denúncias em fotos e vídeos revelam situação de unidade certificada como “Escola do Futuro”
Estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Hunney Everest Piovesan, localizada em Cariacica e certificada como “Escola do Futuro”, têm sido submetidos a condições precárias em relação à alimentação fornecida na instituição. Uma série de denúncias aponta para a baixa qualidade, falta de higiene e riscos à saúde nas refeições, revelando uma situação que persiste há anos, desde que a Secretaria de Estado de Educação (Sedu) terceirizou o serviço de merenda escolar.
As reclamações sobre a merenda escolar são diversas e recorrentes, apontam as denúncias. Relatos e imagens mostram que os alunos têm recebido alimentos em condições insalubres; frutas podres são misturadas a opções aparentemente boas; e carne de hambúrguer vencida e pão mofado também fazem parte do cardápio. O cenário seria agravado pela presença de pratos e utensílios sujos. Em vídeos compartilhados, alguns alunos relatam encontrar insetos e pedaços de bichos nas refeições, levantando preocupações sobre a segurança alimentar.
Além da qualidade inadequada dos alimentos, a quantidade oferecida por aluno é limitada, outro problema que se intensificou após a terceirização do serviço de merenda. Membros da comunidade escolar observam que muitos adolescentes terminam as aulas com fome.
A Secretaria de Educação (Sedu) tem sido notificada sobre as más condições da alimentação na escola e visitou o local após a repercussão do vídeo. No entanto, as medidas tomadas até o momento não foram suficientes para solucionar o problema.
Membros da comunidade escolar relatam a sensação de que a situação tem sido ignorada pelo órgão responsável pela supervisão e garantia da qualidade da alimentação escolar. Essa situação afeta diretamente a saúde e o bem-estar dos alunos, complicando ainda mais o quadro, já que mesmo após intervenções da Sedu, as condições permanecem.
Um episódio particularmente preocupante, amplamente divulgado nas redes sociais, exemplifica o descaso com a higiene alimentar. Um vídeo postado na página do Instagram “Podres do Hunney” expõe uma funcionária da cozinha abrindo um pote de requeijão com a boca e, em seguida, manuseando o alimento sem luvas, passando-o diretamente no pão dos alunos. O fato gerou indignação e revolta entre os internautas.
“É inaceitável que o requeijão seja passado no pão com as mãos. Já houve casos de plástico na comida, cabelo nos pratos e colheres sujas. Essa é a ‘Escola do Futuro’, onde não há qualquer preocupação com a saúde dos alunos e dos próprios funcionários”, denuncia a postagem.
Os problemas relacionados à merenda na EEEFM Hunney Everest Piovesan refletem um desafio maior enfrentado por muitas escolas estaduais. A terceirização da merenda escolar, inicialmente apresentada como uma solução para melhorar a eficiência e reduzir custos, tem resultado em agravamento das condições de alimentação em várias instituições. Isso não só coloca em risco a saúde dos alunos, mas também compromete seu desempenho acadêmico.
A falta de higiene e o consumo de alimentos vencidos podem resultar em sérios riscos à saúde, como intoxicações alimentares e outras complicações. Estudantes que não se alimentam adequadamente ou que ficam doentes devido à má qualidade da comida têm dificuldades em acompanhar as atividades escolares, impactando diretamente seu rendimento.
Diante desse cenário preocupante, a comunidade escolar se mobiliza em busca de uma revisão das políticas de terceirização e em defesa da qualidade da merenda escolar como prioridade nas pautas de discussão da educação pública, assegurando que os alunos recebam o que é seu por direito: uma alimentação saudável, segura e digna.
Procurada por Século Diário, a Sedu não enviou um posicionamento até o fechamento desta matéria.