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Estudantes ocupam escola estadual Agenor Roris, em Vila Velha

Os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Agenor Roris, em Vila Velha, ocuparam a unidade nesta sexta-feira (21) em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que estabelece um teto para gastos públicos por até 20 anos, para saneamento da dívida pública. Os estudantes já haviam sido impedidos pelo diretor da escola e pela Polícia Militar de entrarem na unidade nesta quinta-feira (20), mas resistiram e retornaram nesta sexta-feira.

A ocupação teve início por volta das 8 horas, mas a unidade foi fechada com o auxílio da PM, que impediu outros alunos de entrarem na escola. Por isso, permaneceram na ocupação cerca de 60 alunos do turno matutino.

Segundo o diretor de movimentos sociais do grêmio estudantil Honestino Guimarães, da escola Agenor Roris, Otávio Vinícius de Souza, a água da unidade foi cortada. Além disso, os estudantes também não têm acesso a comida.

A ocupação teve apoio dos alunos Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Francelina Carneiro Setúbal (foto à esq.), vizinha à Agenor Roris, que foram às ruas em protesto contra  PEC 241, a Reforma do Ensino Médio, o projeto Escola Sem Partido e outras medidas que representam o sucateamento do ensino público.

Segundo Otávio, os alunos estão sendo intimidados até mesmo por ligações feitas aos pais, dizendo que os estudantes seriam presos.

Em Vitória, os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Almirante Barroso, no bairro Goiabeiras, também, foi ocupada pelos alunos na manhã desta sexta-feira. Os alunos que ficaram fora da escola temiam a repressão policiais se aderissem ao movimento.

Na prática, a PEC 241 representa o sucateamento dos serviços públicos para a população, principalmente a mais vulnerável, além de perdas para os servidores públicos.

A PEC congela os gastos públicos por 20 anos, período em que o dinheiro economizado será canalizado para o pagamento da dívida pública, que atualmente consome quase metade do orçamento do País. O limite de referência dos gastos passa a ser o do ano anterior, com correção da inflação.

Resistência

Nesta quinta-feira, os alunos da Agenor Roris já haviam tentado ocupar a escola em protesto contra as medidas sucateadoras da educação. No entanto, todos os alunos foram impedidos de entrar na escola pelo diretor e pela Polícia Militar.

Isso não impediu que os estudantes protestassem em frente à escola durante todo o dia contra a atitude de impedir que todos os alunos – participantes ou não do movimento – entrassem na unidade.

Somente à tarde os portões foram abertos e os alunos puderam entrar na escola. Uma ocupação chegou a ser formada, mas os alunos se reuniram e decidiram desocupar. Eles afirmaram que vão manter a resistência às medidas que sucateiam a educação.

Movimento nacional

Um balanço da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) informa que quase mil escolas, institutos federais e universidades em todo o Brasil estão ocupadas. A Ubes repudia as declarações do ministro da Educação Mendonça Filho, que no lugar do diálogo, prefere ameaçar e perseguir estudantes nas ocupações.

Segundo a Ubes, Mendonça Filho já mostrou a forma como pretende conduzir a sua gestão: “culpar sempre a vítima”. Os estudantes alegam que o ministro da Educação “lança mão de nova arbitrariedade para calar a nossa voz e continuar a implementação da sua política neoliberal de privatização e desvalorização do setor público educacional, um verdadeiro pacote de maldades do governo de Michel Temer”.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19), Mendonça Filho exigiu que a desocupação das escolas aconteça até o dia 31 de outubro. Caso os estudantes não recuem, a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) poderá ser suspensa. A Ubes denuncia que o aviso é em tom de ameaça. “O Ministério da Educação (MEC) enviou ofício a dirigentes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica pedindo a identificação dos estudantes que ocupam os institutos. A Ubes repudia também a ameaça do MEC de cobrar multa dos estudantes e entidades que sejam identificados como responsáveis pelas ocupações. Essa tática a gente conhece, é típica de governos autoritários que perseguem os seus opositores”.

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