Convocação por grupos de juventude ocorre após anúncio do governo de retomada em outubro, começando pelo ensino médio
Grupos de juventude marcaram uma manifestação para esta quinta-feira (24), quando irão protestar em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, contra o retorno das aulas presenciais nas escolas de ensino fundamental e médio em outubro próximo, como anunciado pelo governo do Estado.
A convocação do ato é feita por estudantes do Movimento Popular de Juventude (MPJ), Juventude e Revolução e União da Juventude Comunista. Também participarão da manifestação grupos de professores, como o Coletivo Sindiupes pela Base, Lute e Resistência e Luta.
Um dos integrantes da organização, Vander Meireles, afirma que as escolas públicas já não tinham infraestrutura antes mesmo da pandemia. Com a Covid-19, a situação se torna ainda pior. “Antes já tínhamos problemas por causa da grande quantidade de alunos. O governo do Estado elaborou um protocolo, que, inclusive, fala sobre como lidar com o luto. Isso quer dizer que estão cientes de que haverá mortes. A questão central da nossa manifestação é a necessidade de preservação de vida acima do lucro, pois são as escolas particulares que estão pressionando pela reabertura”, ressalta.
Para o comitê, “o governo estadual e prefeitos devem assumir a responsabilidade pela garantia da integridade da vida e por condições mais seguras de trabalho e de convívio para a comunidade escolar, especialmente no campo da educação pública. Portanto, é urgente que sejam estabelecidos canais efetivos para o acolhimento das posições já manifestadas pelo sindicato, por diversos coletivos da educação, contrários à exclusão pelo ensino remoto e à ameaça à vida que o retorno ao presencial ainda acarretará”.
Na última sexta-feira (18), os secretários de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e de Educação, Vitor de Angelo, comunicaram que o governo “constrói estratégias do ponto de vista sanitário para que as atividades escolares possam ser retornadas de forma gradual e progressiva em outubro”. A data ainda não foi anunciada, pois depende do inquérito escolar que será feito nos próximos dias, mas o retorno será primeiro com o Ensino Médio, em seguida com o Fundamental 2, depois o Fundamental 1 e, por último, a educação infantil, cada etapa sendo acionada a cada quinze dias.
Educação na modalidade à distância
A nota salienta que no caso de moradores do campo, comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas e pescadoras, a situação se torna mais grave. O Comitê leva em consideração também as pessoas com deficiência. “Além da dificuldade de acesso às tecnologias, demandam por atendimento personalizado e presencial. Soma-se a isso, o fato de parte expressiva da população não dispor das condições habitacionais adequadas (espaço físico, privacidade, desenvolvimento de atividades domésticas e/ou atividades para a geração de renda familiar) o que impede e/ou prejudica a aprendizagem”.
O Comitê termina a nota afirmando “a educação como um direito universal; que não deve ser alvo de medidas oportunistas e/ou irresponsáveis tanto do setor público quanto do setor privado”. Para o grupo, “só será possível o retorno seguro às aulas com vacina”.