O ex-secretário Estadual de Educação e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Haroldo Corrêa Rocha, criticou em seu artigo publicado no jornal A Gazeta, nesta sexta-feira (24), a criação de uma universidade Estadual em solo capixaba. Segundo ele, o Programa Nossa Bolsa, criado no governo Paulo Hartung, já seria a Universidade Pública Estadual.
De acordo com o professor, atualmente estudam no programa cerca de quatro mil alunos e, portanto, há sim uma universidade pública estadual.
“Só não temos prédios, reitor, professores, funcionários contratados e despesas de custeio elevadas”, disse ele justificando ainda que o investimento por aluno/ano dos cursos superiores seria cinco vezes maior do que a da educação básica (R$ 15 mil e R$ 3 mil respectivamente).
Para ele, o Estado se mantém do lado certo ao não possuir uma universidade pública, visto que, em grande parte do País, segundo o professor, essas instituições sofreriam com falta de verba e um ensino de baixa qualidade.
“O investimento para se implantar uma Universidade e o custeio para sua manutenção representariam um ônus significativo para os cofres públicos estaduais”, disse ele no artigo.
Por outro lado, desde 2011 o deputado Roberto Carlos (PT) defende a implantação de uma instituição estadual de ensino superior. Ele defende que uma universidade Estadual ampliaria os horizontes do jovem na busca por mais conhecimento e qualificação profissional, em um Estado que está em franco crescimento.
De acordo com o deputado, o programa Nossa Bolsa é positivo por conceber bolsas de 50% e 100% para estudantes que saem das escolas públicas e ingressam em faculdades particulares, mas enfatiza que ele não é uma Universidade Pública. Ele defende que nas demais cidades onde há a universidade há êxito, inclusive no campo de pesquisa.
Segundo Roberto Carlos, todos os anos, cerca de 30 mil estudantes concluem o ensino médio no Espírito Santo. Somada à necessidade de oferecer ensino público e de qualidade a todos os que se formam, há ainda a necessidade de preparar os capixabas para o avanço acelerado que o Espírito Santo experimenta. De acordo com dados do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo, o setor industrial no estado precisa de 18 mil profissionais capacitados. A expectativa é que essa demanda chegue a 60 mil em 2012.
Ele afirma que boa parte dos empregos de maior qualificação e remuneração criados no Espírito Santo não são ocupados pelos capixabas.
Em abril, foi criada a Frente Parlamentar em Defesa de uma Instituição Estadual de Ensino que tem como objetivo debater o qual seria o modelo ideal de instituição a ser implantada no Espírito Santo. Entretanto, nenhum resultado concreto sobre a criação da Universidade foi apresentado até o momento.
De acordo com a proposta do deputado, a Universidade Estadual gratuita teria 50% de cotas para estudantes de escolas públicas e uma linha Universidade multicampi, como um modelo próximo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Ifes.