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Governo atrasa entrega da Escola Viva de Cobilândia e deixa professores na mão

O programa carro-chefe do governador Paulo Hartung (PMDB) na área de educação, o Escola Viva, enfrenta contratempos na implantação da unidade em Vila Velha, justamente o município administrado por um dos principais aliados políticos do governador, o prefeito Rodney Miranda (DEM). No início de janeiro deste ano, o prefeito sancionou a lei que autorizava o município a doar o prédio escolar, que atendia alunos do ensino fundamental, em Cobilândia, para que o governo o adapta-se para mais uma unidade do programa.

A escola anunciada funcionaria no lugar da Unidade Municipal de Ensino Fundamental (Umef) Paulo Mares Guia, que passaria a se chamar Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral Cobilândia (Escola Viva Cobilândia). A unidade ofereceria 580 vagas para estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e 1ª a 3ª série do ensino médio.

A nova Escola Viva deveria ter sido entregue e inaugurada em abril deste ano, mas a obra foi paralisada e a nova previsão é de inauguração em agosto. As obras, que ficaram a cargo da prefeitura de Vila Velha, foram paralisados por conta da falência da empresa executora. Para que sejam retomadas, é necessária a realização de nova licitação para contratação de outra empresa para concluir a reforma e ampliação da escola.

Para a composição do corpo docente da unidade foi aberto um edital para selecionar 27 professores – entre efetivos e aqueles em designação temporária (DT) – para a formação do quadro. Os professores selecionados passaram por formação e ficaram aguardando a inauguração da unidade Cobilândia na Escola Viva de São Pedro, em Vitória – unidade-piloto que funciona desde o segundo semestre do ano passado.

No entanto, na última quinta-feira (28), justamente no Dia Nacional da Educação, a equipe foi desfeita, já que o prazo para inauguração foi revisto e não há previsão de uma nova data para a unidade Cobilândia entrar em funcionamento.

Aos profissionais foi dada a opção de remanejamento para outros cargos e funções nas Superintendências Regionais de Educação, para outras escolas, ou mesmo para que retornassem às escolas de origem – muitos vieram de cidades do interior. Esses remanejamentos, no entanto, estavam condicionados à existência de vagas em outras unidades.

O atraso na entrega da unidade põe em xeque a permanência dos professores no programa. Os professores selecionados para atuarem nas escolas do programa têm acréscimo de 40% nos salários, por conta da dedicação exclusiva e a abertura dos processos para contratação atraem professores de todo o Estado que, se aprovados, precisam se mudar ou fazer grandes deslocamentos para chegarem às escolas.

Além disso, os professores que compunham a equipe do Escola Viva se inscreveram no edital para a unidade de Vila Velha, e não em outras escolas, nem para fazerem outras funções. Alguns deles, abriram mão de outras oportunidades de trabalho e vínculos funcionais para atuarem no Escola Viva e, agora, sequer sabem se a escola será inaugurada.

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