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Greve na Ufes: Restaurante Universitário e escola têm acessos liberados

Docentes decidiram, em plenária, manter suspensos os serviços e as aulas no campus de Goiabeiras

O segundo dia da greve dos docentes da Universidade Federal do Estado (Ufes) mantém fechado o campus de Goiabeiras, em Vitória, e a suspensão das atividades. No entanto, está liberado o acesso, pelo portão Norte (em frente ao Hospital Metropolitano), de funcionários para garantir o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e da Escola Experimental, da Prefeitura de Vitória, áreas que geraram polêmicas do início do movimento, nessa segunda-feira (15).

As decisões foram debatidas em reunião na tarde dessa segunda entre o Comando de Greve e a Reitoria da Ufes, após protagonizem ruídos no primeiro dia de paralisação. Os docentes realizaram uma nova plenária, à noite, em que ratificaram as medidas e a continuidade do movimento, que é nacional.

Além de funcionários do RU, também será permitida a entrada de veículos com insumos para o preparo das refeições. O restaurante abrirá das 11h30 às 12h30 (para o serviço de almoço) e das 17h30 às 18h30 (para o jantar). O fornecimento de refeições no restaurante de Maruípe também será mantido, no horário das 11h30 às 12h30. Para estudantes que forem almoçar ou jantar no RU de Goiabeiras, o acesso será liberado pelo mesmo portão, mediante apresentação de documento de identificação estudantil.

No caso da escola municipal, está autorizado o acesso de servidores, alunos e pais. Trabalhadores bancários também poderão entrar no campus, para a realização de atividades internas.

Nos campi da Ufes de Maruípe, Alegre (sul do Estado) e São Mateus (norte), os acessos seguem liberados, assim como as atividades acadêmicas e administrativas.

Segundo a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), o reitor, Eustáquio de Freitas, se comprometeu a não judicializar o movimento, “por entender que defende pautas positivas e o conjunto das universidades federais”.

Outro encaminhamento foi o envio de um ofício à Administração Central para denunciar “os inúmeros casos de assédio registrados por parte de departamentos e suas chefias, com produção de listas de grevistas” e até mesmo a realização de reuniões para deliberar sobre o movimento, o que “não faz parte das atribuições de departamento e cerceia o direito à greve deflagrada legitimamente após assembleia geral da categoria”.

O ofício tratará, ainda, dos casos de aulas online durante a greve, o que não tem respaldo legal de acordo com a Pró-reitoria de Graduação (Prograd). O Comando de Greve também defende a suspensão do Calendário Acadêmico.

No Brasil, a greve dos docentes atinge 24 universidades, institutos federais (Ifes) e Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefets) até agora, como aponta o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). O movimento é por tempo indeterminado.

Reivindicações

Os docentes da Ufes cobram 22,71% de reajuste salarial em três parcelas iguais de 7,06%, nos meses de maio de 2024, 2025 e 2026. Contudo, o Governo Federal sinalizou que não atenderá à pauta este ano. A categoria

também reivindica a reestruturação de suas carreiras.

Outra demanda não atendida foi a realização do “revogaço” das medidas do Governo Bolsonaro, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, que trata da reforma administrativa, que ainda tramita no Congresso Nacional.

Soma-se a esse cenário, segundo a Adufes, a precarização das condições de trabalho e o subfinanciamento das universidades federais, institutos federais e centros federais de educação tecnológica. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que 100% das universidades federais receberam, entre 2010 e 2022, valores inferiores ao necessário para manter o patamar de despesas por matrículas.

Já os técnico-administrativos da Ufes, que deflagraram greve no mês passado, reivindicam reajuste salarial de 34,32%, divididos em cerca de 10% nos anos de 2024, 2025 e 2026. O Governo Federal também não acenou para essa possibilidade em 2024, jogando a questão para os próximos dois anos, com índices de 4,5%. Os servidores também reivindicam reestruturação da carreira, já que vários cargos foram extintos, o que impossibilita a realização de concurso público.

Já os docentes e profissionais técnico-administrativos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) reivindicam recomposição salarial, reestruturação de carreira para os técnico-administrativos e recomposição orçamentária e de pessoal.

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