quinta-feira, novembro 21, 2024
24.4 C
Vitória
quinta-feira, novembro 21, 2024
quinta-feira, novembro 21, 2024

Leia Também:

​’Junção de turmas em CMEI de Caratoira é retaliação’, afirmam pais de alunos

Comunidade acredita que medida foi motivada por posição contrária ao tempo integral

A comunidade escolar do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Sinclair Philips, em Caratoira, Vitória, se opõe à decisão da Secretaria Municipal de Educação de Vitória (Seme) de juntar turmas no ano letivo de 2004. Pais de alunos, que preferem não se identificar por medo de represálias, afirmam que metade dos estudantes do grupo 4 estão tendo aula com os do grupo 3. A outra metade está junto com o grupo 5. A junção, afirmam, fez com que três professoras tivessem que se desligar da unidade de ensino. Para eles, trata-se de uma retaliação à mobilização feita pela comunidade escolar que vetou a implantação do tempo integral na unidade, contrariando os planos da gestão municipal. 

Redes Sociais

O grupo 3 abarca crianças de 2 anos e 11 meses. O 4, de 3 anos e 11 meses. O 5, de 4 anos e 11 meses. Um dos prejuízos, segundo os pais, é o fato de os estudantes do grupo 5 terem que estudar novamente o conteúdo já visto no ano passado, como as iniciais da letra do próprio nome, já que, caso seja ministrado o que deveria ser visto este ano, parte dos alunos do grupo 4 terão mais dificuldade, por terem que pular o conteúdo proposto para sua faixa etária.

Os pais informam que, no grupo 3, há 15 alunos e três na fila de espera. No 4 tem 21 e um na fila. O grupo 5 conta com 11 e três na espera. De acordo com a Seme, o número mínimo de estudantes para cada turma deve ser de 10 a 12 alunos. O máximo é 25. Como as turmas estão no mínimo, resolveram juntá-las.

Os pais, contudo, argumentaram que não há motivos para isso, já que as turmas atendem ao número mínimo de alunos exigido e podem aumentar se a Seme liberar a matrícula dos que estão na fila de espera. Entretanto, a pasta alega que não tem obrigação de fazer isso, porque as crianças que aguardam vaga já estão matriculadas em outra unidade de ensino, portanto, não estão desassistidas. A Seme também afirma que, em nenhuma hipótese, irá desfazer a junção das turmas.

Divergências

A crença dos responsáveis pelas crianças é de que a atitude da secretaria é uma retaliação. Por meio de uma consulta pública sugerida pela própria comunidade, optou-se pela manutenção da jornada ampliada na unidade de ensino. Essa opção contou com 124 votos. Havia, ainda, outras duas. Uma eram um processo de transição de dois anos para que se tornasse um CMEI de tempo integral, que obteve sete votos. A outra, a implantação do integral de forma imediata, que recebeu 15 votos.

A comunidade escolar questionou o fato de a decisão de transformar o CMEI em unidade de ensino de tempo integral ter sido tomada sem que fosse procurada para dialogar sobre o tema e apontou uma série de problemas que impossibilitam a mudança, como precariedade na infraestrutura; horário de término das aulas, que seria às 16h, quando os responsáveis pelas crianças estão no trabalho; a redução do número de vagas em cerca de 50%; e a extinção de turmas para estudantes de seis meses a um ano.
Outro argumento foi a violência, já que os responsáveis teriam que matricular os estudantes em CMEIs de bairros vizinhos, como Santo Antônio e Morro do Quadro, o que, aponta a comunidade, é temeroso, pois a circulação das pessoas entre esses bairros não é bem vista pelo tráfico.
Na reunião na qual foi decidida a realização da consulta pública, a secretária Juliana Roshner apresentou o projeto da escola em tempo integral, que prevê salas de dança, ginástica rítmica e de produção de arte, as chamadas salas ambiente. Contudo, os responsáveis pelas crianças destacaram que, na atual infraestrutura, não é possível aplicar essas atividades.

Além disso, a forma como a gestora se referiu ao trabalho dos docentes causou indignação. Os relatos pontuam que ela falou que o CMEI passaria a ter profissionais qualificados, com formação específica para trabalhar com projetos, e que na realidade atual, que é de oferta de jornada ampliada, os alunos vão de manhã para brincar e à tarde vão para as “aulinhas”. Os professores do CMEI, segundo Juliana Roshner, teriam que fazer pedido de remoção para continuar trabalhando 25 horas semanais.


Pais criticam falta de diálogo sobre mudanças no CMEI de Caratoíra

Prefeitura de Vitória quer transformar unidade em integral, mas famílias alegam falta de infraestrutura e redução de vagas


https://www.seculodiario.com.br/educacao/pais-criticam-falta-de-dialogo-sobre-mudancas-no-cmei-de-caratoira

Mais Lidas