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Mais de 70% dos professores da rede estadual são temporários

O Espírito Santo é o Estado com o maior número de docentes contratados por Designação Temporária (DTs) do País. Ao todo, são 71% de professores temporários atuando na Secretaria estadual de Educação. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Espírito Santo (Sindiupes), essa política se reflete no baixo desempenho dos alunos capixabas.

 
De acordo com o diretor organizacional do Sindiupes, Marcelo Castro, o alto contingente de temporários no Estado gera consequências negativas tanto para os alunos quanto para os profissionais de educação. 
 
De acordo com Castro, a política de temporários na educação dificulta a continuidade dos projetos implantados, já que os contratos temporários têm duração de apenas um ano.
 
Ele acrescenta que o pouco tempo de permanência do profissional na escola também se reflete na relação com os demais profissionais da instituição,  com os próprios alunos e com os pais, impedindo o cumprimento do projeto pedagógico da instituição. 
 
“A alta rotatividade do profissional gera a falta de entrosamento da equipe. Quando um DT começa a se envolver seu contrato é rompido. Há escolas que possuem quase 100% dos contratados DTS, pode-se dizer que, neste caso, temos uma escola nova a cada ano. Não há continuidade dos trabalhos e, sem isso, não há como conseguir um resultado positivo na educação”, denunciou o sindicalista.  
 
Para o diretor organizacional do Sindiupes, as contratações temporárias refletem uma política de baixo custo que  traz graves consequências em longo prazo, como a baixa qualidade dos serviços prestados. Ele destaca também que disciplinas como matemática, física e química, são as mais sacrificadas. São áreas onde muitos dos temporários, geralmente, atuam com formação incompleta, pois ainda não concluíram a formação superior.
 
 
De acordo com o diretor do Sindiupes, a baixa valorização do profissional  desmotiva os educadores e muitos acabam desistindo da carreira ao término do primeiro contrato temporário. 
 
“Essa questão [dos temporários] é um dos principais pontos da pauta entregue ao governo do Estado. O problema, entretanto, é que de uma forma curiosa o Estado não caminha na direção destas necessidades.  Houve o concurso no início do ano e até agora ninguém foi chamado. E já é sabido que há vagas que sequer foram preenchidas”, salientou Castro.. 
 
O sindicalista destacou como uma vergonha o fato de o governo “destratar a educação quando se sabe que esse é o caminho para o futuro. “Se esse será o nosso futuro, imagine o que nos espera”, desabafou. 
 
Segundo o Censo Escolar 2012, os sete Estados brasileiros com maior número  de contratos temporários de professores da rede estadual são: Espírito Santo (71%), Mato Grosso (66,1%), Acre (62,9%), Ceará (60,2%), Mato Grosso do Sul (60,1%), Santa Catarina (59,8%) e Paraíba (51,9%). 
 
De acordo com o Sindiupes, o governo não reconheceu os dados do Censo Escolar 2012. A informação na Sedu é que o Espírito Santo possui 10 mil professores contratados efetivos e “pouco mais de 12 mil  em designação temporária”. 

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