Problema foi levado por Coronel Weliton ao plenário da Assembleia, com pedido de diálogo com o governo
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Newtro Ferreira de Almeida, localizada no bairro Monte Belo, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, deixará de ofertar o ensino médio. O problema foi abordado pelo deputado estadual Coronel Weliton (PTB) na sessão dessa segunda-feira (27), da Assembleia Legislativa, quando apresentou um abaixo-assinado contra a medida, realizado pela comunidade escolar, com 500 adesões, e mostrou imagens de um muro da unidade destruído.
De acordo com o deputado, que recebeu a demanda do vereador cachoeirense Ary Corrêa (Patri), de 2024 a 2026, a escola deixará de ofertar, gradativamente, o primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio. Assim como ocorreu em casos recentes no Estado, incluindo duas outras escolas de Cachoeiro, a decisão foi tomada sem nenhuma consulta ao Conselho Escolar e à comunidade.
A medida afetará estudantes de toda a região, incluindo dos bairros Monte Belo, Arariguaba, Alto União e Ávaro Tavares, e também do distrito da Tijuca e da localidade de Lambari. Coronel Weliton mostrou preocupação com o aumento de gastos das famílias dos estudantes com transporte, uma vez que não está garantido o ônibus para a nova unidade escolar, no centro da cidade.
“São comunidades carentes, onde os alunos, para frequentar a escola de ensino médio onde o governo pretendem matriculá-los, terão que pegar duas conduções, o que dará um gasto de, aproximadamente, R$ 600. Solicitamos ao Governo do Estado que, de uma forma emergencial, repense a postura de fechar o ensino médio da Newtro Ferreira”, destacou.
Nas últimas semanas, também em Cachoeiro, foram realizados protestos contra os processos de municipalização das escolas estaduais Maria Angélica Santana Marangoni, no bairro Zumbi, e Professor Domingos Ubaldo, no distrito de Conduru. Assim como na escola Newtro Ferreira de Almeida, o processo inviabilizará a oferta do ensino médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Outras cidades que registraram protestos contra a municipalização e/ou fechamento forçado de escolas foram Cariacica, na Grande Vitória; Itapemirim, no sul do Estado; São Gabriel da Palha, noroeste do Estado; e São Mateus e Pedro Canário, no norte.
Reuniões
A municipalização e fechamento das escolas é resultado do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) da Educação, proposto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) e defendido pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu) e prefeituras.
Na semana passada, a deputada estadual Camila Valadão (Psol) se reuniu com o conselheiro e presidente eleito do Tribunal de Contas do Estado (TCES), Domingos Taufner, para tratar do tema. Taufner ouviu as críticas da deputada, mas não houve encaminhamentos desse encontro.
Nesta quarta-feira (29), a deputada debaterá a questão com o secretário de Estado da Educação, Victor de Angelo.