Um Mandado de Segurança Preventivo movido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) quer impedir o retorno das aulas presenciais em Vitória, como anunciado pelo prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) em vídeo divulgado nas redes sociais, sem diálogo com a comunidade escolar. A ação tramita na Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal e ressalta como objetivo “proteger o direito à vida dos trabalhadores em educação, dos estudantes e de toda a sociedade capixaba, diante do alto risco de contágio pela Covid-19”.
A entidade aponta que a decisão contraria o Decreto Estadual de Calamidade Pública, que estabelece medidas de enfrentamento ao avanço da doença, e desrespeita o Mapa de Risco anunciado semanalmente pelo governo, que indica a suspensão das aulas presenciais em municípios em risco alto, como é o caso da Capital.
O documento ressalta ainda “fragilidades no enfrentamento à doença em Vitória e em todas as demais cidades brasileiras, como a falta de estrutura adequada nas escolas para o cumprimento dos protocolos sanitários, a lentidão na vacinação dos trabalhadores em educação e de toda a população, bem como o surgimento e a circulação de novas variantes no País, de forma ainda mais agressiva, como alertam os cientistas e especialistas na área”.
Para o sindicato, o retorno às aulas presenciais nesse momento “destoa da emergência sanitária mundial, na qual o distanciamento e o isolamento social são as únicas medidas que se revelaram suficientemente capazes de frear o avanço do coronavírus e, portanto, como ainda não há o controle efetivo da doença, não se pode autorizar a flexibilização das medidas de saúde e de segurança, como o retorno das aulas presenciais”.
Segundo Lorenzo Pazolini, as aulas voltam de forma gradual na Capital. No vídeo, também aparecem o presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Estado do Espírito Santo (Sinepe/ES), Moacir Lellis; o pediatra e coordenador da Região Sudeste da Sociedade Brasileira de Pediatria, Rodrigo Aboudib; e o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos).
A decisão “atropelada” anunciada pela gestão de Lorenzo Pazolini, antes mesmo da decisão do governo do Estado, motivou a realização de uma carreata nesta sexta-feira (7), com concentração a partir das 8h na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), campus de Goiabeiras, de onde os manifestantes seguirão até a prefeitura para a realização de um ato. Na sede da gestão municipal, representantes da comunidade escolar irão pleitear diálogo com o prefeito, já que, como afirmam, Lorenzo Pazolini não dialoga com o magistério desde a campanha eleitoral, apesar de ter sido procurado diversas vezes pelos trabalhadores.
A carreata foi deliberada durante plenária realizada pelo grupo Professores Associados pela Democracia de Vitória (Pad-Vix), nessa quarta-feira (5). Entretanto, outras entidades fazem parte da organização. São elas: Associação dos Docentes da Ufes (Adufes); Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Vitória (Sindismuvi); Fórum de Educação de Jovens e Adultos; Instituto Raízes; Campanha Nacional pelo Direito à Educação; mandato da vereadora Camila Valadão (Psol); CSP Conlutas; Sindicato dos Professores do Espírito Santo (Sinpro/ES); Fórum de Diretores de Vitória; Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Tecnológica e Profissional (Sinasefe/Ifes); Coletivo Juntos Pela Educação Pública; Coletivo Educação Pela Base e Frente Popular em Defesa do Direito à Educação.