O forte aparato de segurança deslocado para o local da manifestação pacífica chocou os participantes. No estacionamento da Sedu, estavam estacionadas seis viaturas do Batalhão de Missões Especiais (BME), um ônibus do Batalhão de Choque e uma viatura regular da Polícia Militar. Na Avenida Cézar Hilal, em que se localiza a Sedu, mais uma viatura acompanhava o ato público.
O aparato repressor deslocado para a Sedu fez com que os organizadores da manifestação decidissem não sair em passeata para permanecerem vigilantes ao que poderia acontecer aos secundaristas. Apesar do número de policiais militares acompanhando a manifestação, o ato foi encerrado com tranquilidade.
Além do apoio aos estudantes que ocupam o gramado da secretaria – e sofrem pressão da pasta para deixar o local – os participantes protestaram contra as medidas propostas pelo governo federal que representam retrocessos aos direitos sociais.
As medidas estão expressas no Projeto de Lei (PL) 257/16 e na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/16 – antiga PEC 241 – que propõem sérios prejuízos aos serviços públicos, com congelamento de salários, fim dos concursos públicos e a terceirização e privatização irrestrita.
O PL 257 desmonta os serviços públicos e penaliza a população. Ele acarreta no fim dos concursos públicos, demissões e privatização, aumenta a contribuição previdenciária de 11% para 14% e impede aumento de salário (inclusive de aposentados) por 20 anos.
Já a PEC 55/16 representa investimentos congelados por 20 anos para saúde, educação, transporte público, moradia, segurança, saneamento, e tudo que seja serviço do estado.
Há também o risco na Medida Provisória 746/16, proposta pelo atual governo que altera o ensino médio, feita sem qualquer diálogo com educadores e comunidade escolar e que propõe a flexibilização da grade curricular torna obrigatória para os três anos do ensino médio apenas o ensino de português e matemática, com demais conteúdos definidos pela Base Nacional Comum Curricular, excluindo a obrigatoriedade do ensino de arte, filosofia, sociologia e educação física no ensino médio.
Além disso, há a defesa do governo Temer do negociado sobre o legislado, na prática a suspensão da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), fragilizando o trabalhador que terá que se submeter a acordos que retiram os direitos.