Pais afirmam que a exoneração foi feita de forma irregular pela pasta chefiada por Juliana Roshner
Pais de alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Luiza Pereira Muniz Corrêa, no bairro Mário Cypreste, em Vitória, reagiram à exoneração da diretora Fátima Luzia Sezana, efetivada nessa segunda-feira (6), primeiro dia do ano letivo de 2023. Eles afirmam que não foram avisados da decisão, que apontam como irregular, e que ao questionarem a Secretaria Municipal de Educação (Seme), as respostas foram “desencontradas” e sem entrar em detalhes sobre as motivações para o ato.
A autônoma Monalisa Souza Rocha, mãe de estudante do CMEI e integrante do Conselho de Escola, informa que a exoneração deveria ser feita somente por meio de solicitação da Seme para o Conselho, mediante situações de má gestão de recursos públicos ou prejuízo do processo ensino-aprendizagem, conforme consta na Resolução 02/2017, do Conselho Municipal de Educação de Vitória (Comev).
Entretanto, relata, esse procedimento não foi feito e os pais souberam da exoneração somente no primeiro dia de aula. De acordo com Monalisa, ao comparecem à escola, os pais foram informados por representantes da Seme de que a diretora não estava lá porque tinha ido a uma reunião. Entretanto, às 18h do mesmo dia, Fátima enviou mensagem para a comunidade escolar para avisar de sua exoneração e se despedir.
Monalisa destaca que a diretora foi eleita pelos pais, uma vez que os votos dos professores se dividiram entre as duas então candidatas, já os dos pais foram maciçamente para Fátima. O argumento da Seme, relata, foi de que a diretora deixou um “rombo” de cerca de R$ 80 mil. Entretanto, segundo Monalisa, havia uma verba disponibilizada para a escola e que foi utilizada para a reforma, com rampa, piso antiderrapante e outras iniciativas de acessibilidade para pessoas com deficiência.
Ela defende que, se há verba, tem que ser usada, e afirma que a gestão municipal gosta de diretor que “senta e assina documento”. Depois, foi dada uma nova justificativa, de que a diretora não tem perfil para escola de tempo integral.
O CMEI passou a atender de maneira integral este ano, segundo Monalisa a pedido dos pais e com apoio da diretora, que acolheu essa reivindicação. A autônoma avalia a gestão da diretora como “perfeita” e declara que a gestora nunca teve problemas com os pais de aluno.
Monalisa diz ainda que foi questionado para a Seme o porquê de o vice não ter assumido. A resposta, afirma, foi de que “pode ser qualquer pessoa, mesmo que de bem longe”. “Não é assim, tem que conhecer as necessidades da comunidade”, contesta.
O Conselho de Escola se reuniu nessa sexta-feira e elaborou um documento no qual reivindica o retorno da diretora, que, foi substituída por um interino. O documento foi entregue para a Seme e uma reunião entre o Conselho e a pasta está marcada para esta segunda-feira (13).